Uma Dobra No Tempo

Uma Dobra no Tempo” é um filme baseado no livro “A Wrinkle in Time” escrito por Madeleine L’Engle, que foi lançado no ano de 1962. Acredito que essa temática em meio aos anos 60 tenha sido bastante inovadora e muito surpreendente para um público pré viagem à Lua. O que torna a minha crítica um pouco irônica a partir daqui é que apesar de achar que ele foi inovador no passado, acredito que esta obra atualmente tenha sido lançado tarde demais. O apelo por viagens espaciais pode ter vindo atrasado.

Sinopse: “Meg Murry e seu irmãozinho, Charles Wallace, ficaram sem o seu pai cientista, o Sr. Murry, há cinco anos, desde que ele descobriu um novo planeta e usou o conceito conhecido como um tesseract para viajar para lá. Aliado do colega de classe de Meg, Calvin O’Keefe, e guiado pelos três misteriosos viajantes astrais conhecidos como Sra. Whatsit, Sra. Who e Mrs. Which, as crianças iniciam uma perigosa jornada para um planeta que possui todo o mal no universo.”

Acredito que todo filme baseado em uma obra literária sofra com adaptações. Claramente há perdas de explicações e fatos que deixem a trama um pouco incompreensível. Todos os eventos durante o filme são dados sem nenhuma explicação lógica, ou pelo menos sem nenhuma explicação que te faça crer que pessoas estão viajando pelo espaço e que isso seja ao menos aceitável. A velocidade dos eventos não deixa você se conectar com nenhum personagem. Até mesmo a personagem principal se torna insuportável, a medida em que ela vai vendo coisas inacreditáveis e a mesma continua cética.

Mesmo com seu elenco estelar o longa não consegue decolar. Achei as 3 divas do espaço bem chatas (não sei até agora o que elas são), se mostram poderosas, mas não diz para a que vieram. Foi duro ver Oprah Winfrey (A Cor Púrpura) que tem um enorme carisma, sendo totalmente desperdiçado aqui. Isso vale também para Resse Witherspoon (Johnny & June) e Mindy Kaling (Detona Ralph) que estão aqui e não sei o motivo. E por incrível que pareça, quem brilha é uma criança de 9 anos, chamado Deric McCabe, que simplesmente dá um show e da vontade de só ver ele na projeção.

Só para dizer que não falei apenas mal, tenho que falar que os efeitos visuais são simplesmente lindos, ainda que tenha visto algumas falhas, mas deixa pra lá. Infelizmente é um filme passável e que acredito que irá cair no esquecimento em pouco tempo. Realmente não tem muitas coisas boas para se levarem daqui. Até mesmo o pseudo-discurso de empoderamento aqui também é fraco e dessa forma se torna raso. É uma pena, pois acredito que o livro seja melhor.