Tolkien

Até minha adolescência nunca tinha sido uma pessoa que gostasse de ler livros. Somente lia aqueles forçados que a escola me empurrava goela a baixo. Nenhum deles me interessavam, até que um dia eu li algo sobre O Senhor dos Anéis, um livro de aventura que contava histórias de elfos, orcs, magos e outros seres mágicos como eu nunca tinha visto. Como eu já tinha uma fascinação por esse tipo de universo, pegá-lo para ler foi só um passo. Foi a primeira vez que li um livro sem ser forçado, e apesar de ser uma leitura difícil inicialmente ela foi se tornando fácil e muito encantadora. Me tornei fã de imediato e ao saber que teria um filme eu fui a loucura. Não me arrependo de nada disso, continuo sendo fã até hoje e defendendo dos reles mortais que não conseguem apreciar tal arte. Todo esse meu amor por livros começou aí e devo muito a J. R. R Tolkien, autor dessa façanha fantástica.

Sinopse: “O filme acompanha o autor J.R.R. Tolkien nos tempos de juventude, quando o órfão encontra amizade, amor e inspiração artística ao se juntar a um grupo de deslocados. Mas tudo muda quando ele é convocado para a Primeira Guerra Mundial, cujo caos ajuda na criação da Terra Média”

A história de Tokien é contada da sua infância até o momento em que ele resolve escrever os livros que lhe trouxeram bastante sucesso. Então não se engane achando que é sobre a criação dos livros ou até mesmo de sua amizade com C. S. Lewis, o autor de As Crônicas de Nárnia, como alguns podem pensar que são. Aqui é contado tudo o que ele percorreu até chegar onde chegou. E certamente o mais interessante é ver sua vida e traçar todos os paralelos com O Senhor dos Anéis, como a fundação de um clube juntos com outros 3 amigos, reforçando o ideal de uma irmandade e sociedade, onde cada um se torna especialista em uma vertente artística. Ou até mesmo como o seu soldado inseparável durante a 1º Guerra Mundial que se chamava Sam, e usos de licença poética para que no meio da guerra apareçam sombras que se assimilam a Sauron e também com lança-chamas que se transformam em dragões.

A história dele é muito rica e interessante, porém, achei o filme um pouco lento, criando alguns momentos desinteressantes e até mesmo momentos que me deram um lapso do tempo. Posso colocar parte dessa culpa na direção de Dome Karukoski, um renomado diretor finlandês, que apesar de ser competente me deixou essa impressão. Mesmo com esse problema de ritmo, ele ainda consegue te fazer ficar emocionado ao ver essa trajetória. Nichoulas Hoult (Mad Max) que faz aqui o papel do protagonista, faz o feijão com arroz. Está longe de ser brilhante, mas corresponde ao desejado, assim como o seu interesse amoroso, vivido por Lily Collins (Espelho, Espelho Meu), que também faz o básico.

Nem preciso dizer que esse filme é obrigatório para os fãs de J. R. R. Tolkien e suas obras fantásticas. Conhecer uma parte da vida desse incrível autor é também entender um pouco sobre suas obras, de onde vieram as ideias e como ele conseguiu transformar o horror de uma guerra em algo positivo. Caso não seja um fã, acredito que será só mais uma película qualquer que verá e não será tão importante assim na sua vida, mas se fosse um desses, eu veria de qualquer forma.