Hellboy (2019)

Depois de anos sem nada, enfim temos mais um longa do Hellboy, só que esse é um reboot. Nada do que foi feito antes vale, é como se tivesse começado de novo sem levar em conta os acontecimentos de seus antecessores. E com isso temos mudanças em todas as posições. Sai Guillermo Del Toro da direção, entra Neil Marshall (mais conhecido por dirigir séries de TV, como Westworld e Game of Thrones); sai Ron Perlman como Hellboy e entra David Harbour (Stranger Things); e sai John Hurt como Professor Broom e entra Ian McShane (Deuses Americanos). Isso tudo se soma com a inclusão de novos personagens para esse novo momento. Ele estreou lá fora há quase 1 mês e a crítica caiu pesado em cima, o curioso é que não vi todo esse filme horroroso que disseram não, consegui me divertir e ao mesmo tempo querer ver mais desse mundo que mal conheço.

Sinopse: “Uma antiga feiticeira volta à vida decidida a vingar-se de uma traição do passado. Dividido entre o mundo sobrenatural e humano, o lendário meio-demônio Hellboy recebe a missão de conter essa ameaça e salvar o mundo.”

Vivemos na época dos heróis no cinema. Com isso, recebemos muita variedade desse tipo nas telonas. A maioria são heróis que conhecemos desde criança e que temos acesso facilmente nas bancas de jornais. Hellboy não é um desses casos, me sinto envergonhado de nunca ter lido nada do personagem. Ao mesmo tempo que isso é bom, justamente para não gerar comparações com a obra original, também pode ser ruim, pois fiquei perdido em inúmeras referências que tive que pesquisar para entender, e isso acaba sendo chato e te tira um pouco da trama principal. Acredito que isso foi um dos maiores problemas aqui. Justamente essa falta de conhecimento que o roteiro pede a você. Isso e um final com um clímax bem abaixo do esperado.

Ele está longe de ser um grande filme, mas me divertiu. O que mais me pegou foi o seu mundo, cheio de citações a monstros folclóricos e coisas bem mundanas. O que mais me surpreendeu foi o seu teor gore, lembrando muitas vezes filmes como Jogos Mortais e Silent Hill. Temos pessoas sendo estripadas, decapitadas e dilaceradas como se fosse algo bem tranquilo e normal. Fato que contrasta até mesmo com o humor do protagonista e me faz pensar o que eu estou vendo. Prevejo bilheteria baixa por isso também, aqui é acima de 18 anos com certeza.

Os coadjuvantes fazem bem o seu papel. Os personagens novatos, Alice Monaghan, vivida por Sasha Lane (O Mau Exemplo de Cameron Post); e o Major Ben Daimio, vivido por Daniel Dae Kim (da série Lost); possuem poderes sobrenaturais e fazem o seu aqui sem atrapalhar. Os dois têm seus momentos em cena de forma pontual. A minha maior reclamação é com é a Nimue, vivida por Milla Jovovich (O Quinto Elemento) que carrega o peso da vilã da história e não foi o que eu vi. Achei ela fraca, sem momentos reais de vilania, o que me fez pensar que poderia ter sido muito melhor.

É difícil estrear um filme de herói em uma época em que Vingadores reina supremo batendo todos os recordes possíveis e impossíveis de bilheteria. Essa é a missão dura que Hellboy tem pela frente, e já começou mal, vendo algumas críticas de veículos internacionais por aí. A bilheteria não deve ser alta, o que dificulta e muito a produção de uma continuação. Vimos que pode ter incontáveis história nesse universo. Temos 2 cenas pós-crédito, uma logo após os créditos iniciais e outra ao final, mas só vai entender quem já leu os quadrinhos.