Oslo

Nós não costumamos prestar atenção em filmes que são feitos direto para a televisão. Por muito tempo eles eram meio que sinônimos de baixa qualidade em vários sentidos. Tanto tecnicamente quanto o valor de uma história que nos tocasse. Graças aos deuses da 7º Arte isso tem mudado de um tempo para cá. Principalmente pela HBO que tem produzido ótimos longas pequenos, mas recheados de grandes temas e histórias. ‘Oslo’ entra nesse grande exemplo de algo bom produzido para a TV.

Sinopse: “Oslo conta a história real de negociações mediada pela Noruega durante o acordo internacional da paz entre o governo israelense e organizações palestinas para encerrar o conflito entre os países. Entre conversas secretas e amizades improváveis, o filme apresenta detalhes das reuniões de um dos maiores momentos históricos entre Israel e Palestina.”

https://www.youtube.com/watch?v=PmUgX2hdorg

O longa é baseado em uma peça de mesmo nome que foi devidamente adaptada para as telas. Sendo ela baseada em uma peça de teatro, já espere muito falatório. Esse é o tipo de obra em que o roteiro e os atores se destacam acima de qualquer outra coisa. Uma boa escrita nos deixa com os olhos grudados na tela e junto com ótimas atuações acabamos por achar tudo muito crível e maravilhoso. Essas duas características dão o tom e são a melhor coisa vista aqui.

Desde que me conheço por gente e muito antes disso sempre ouve desavenças entre Israel e Palestina. Isso origina de muito tempo atrás e não vou entrar em detalhes de como tudo começou, pois eu mesmo não devo saber de metade da razão desse ódio enraizado que já atravessa gerações. O fato é que nos anos 90 a situação estava muito grave e um acordo de paz precisava ser realizado. Essa conversa entre as duas nações era estritamente complicado pois eles se proibiam de se encontrarem. Ou seja, era proibido um membro da Palestina se encontrar pessoalmente com um israelense e vice-versa. Era tudo feito por meio de um intermediário que ditava os termos de cada um.

As coisas começam a mudar de figura quando um casal de norueguesas que trabalham para o governo resolvem agir por debaixo dos panos para criar um encontro extraoficial entre as duas nações. Esse casal é vivido brilhantemente por Ruth Wilson (Luther) e Andrew Scott (Fleabag). Imagina um encontro pessoal entre líderes de duas nações que se odeiam e que nunca vieram a ter um diálogo pessoal com nenhuma pessoa do outro lado. Uma regra pelo casal foi estipulada: dentro da sala eles poderiam brigar, xingar, discordar e até sair no soco, mas dali para fora eles seriam amigos e se tratariam como iguais.

Essa dinâmica é boa demais, pois vemos o ódio inicial se abrandando aos poucos quando eles começam a perceber que todos eles são gente como a gente. Muitas desavenças ocorrem e também muito respeito e amizade é ganha entre eles. Até o ponto em que a paz é selada em um momento muito emocionante. Desculpa gente, isso não é spoiler, isso é história. Em 1993 um acordo de paz foi feito entre as duas nações. Tudo bem que de lá para cá muitos conflitos aconteceram, mas o que importa é o que o longa em si resolve.

Eu achei um ótimo filme, mas que sei que a maioria das pessoas não iriam gostar. Digo isso pelo fato de haver muito diálogo e pouca dinâmica. Para mim foi justamente o que me fez gostar. Ele é pequeno, intimista e que conta uma grande história. Isso é o que mais importa para minha pessoa. O longa embora não tenha caído na boca do povo, conseguiu angaria alguns prêmios por aí. Devo dizer que esse foi o motivo dele ter me chamado a atenção para assisti-lo e ainda bem que o vi.