O Médico e o Monstro (1941)

Os anos 40 foram bastante prolíficos para o cinema de terror, especialmente voltado para releitura de clássicos da literatura gótica. Se valendo do expressionismo alemão com pinceladas de filmes noir. Foi o caso de “O Fantasma da Ópera “(1943) de Arthur Lubin, “O Filho de Drácula” (1943) do icônico diretor noir Robert Siodmak e “O Médico e o Monstro” (1941) de Victor Fleming (E o Vento Levou), com protagonismo do já contemplado com o Oscar, Spencer Tracy (Com os Braços Abertos), contracenando com duas grandes beldades da época, Ingrid Bergman e Lana Turner.

 

Baseado no romance de Robert Louis Stevenson publicado em 1886, e bastante fidedigno ao livro, a trama segue Dr. Henry Jekyll (Tracy), um médico e cientista que acredita que o ser humano tem um lado bom e mau dentro de si e quer criar uma fórmula de separar os dois. Noivo da jovem, bela e virtuosa Beatrix (Turner) e encantado com a nada conservadora Ivy (Bergman), decide ser cobaia de sua própria experiencia para ter uma vida dupla.

 

Indicado à 3 prêmios Oscar, “O Médico e o Monstro” é o típico exemplo da teoria freudiana de ego, id e superego. Apesar da precariedade de efeitos especiais na época de feitura do longa, é realizada uma boa transição entre Jekyll e seu monstruoso outro eu, Senhor Hyde que personifica toda a maldade bestial.

 

Fleming escolheu adotar cortes bruscos, fazendo elipses de grandes explicações para que seu filme fosse mais dinâmico. As lindas moças do filme são espelhos convexos uma das outra. Ambas as atrizes entram delicadeza e emoção em suas atuações. A performance de uma jovem Ingrid Bergman pré-Oscar consegue mostrar todo seu talento em atuação magistral que consegue até mesmo ofuscar o veterano Tracy.