M3GAN

Acho que posso dizer que ‘M3GAN’ é o filme de terror/suspense mais esperado desse início de ano. Pelo menos eu estava esperando bastante, ainda mais com a crítica internacional, em sua maioria, falando muito bem do filme. Além disso, ainda conta com o nome de James Wan na produção e no roteiro. Esse que para mim é um dos maiores nomes do gênero no momento. Sendo o responsável pelas franquias de Invocação do Mal e Annabelle. Apesar disso tudo, será que o alvo dessa resenha é bom mesmo?

Sinopse: “Quando Gemma de repente se torna a cuidadora de sua sobrinha órfã de 8 anos, Cady (Violet McGraw, A Maldição da Residência Hill), Gemma fica insegura e despreparada para ser mãe. Sob intensa pressão no trabalho, Gemma decide emparelhar seu protótipo M3GAN com Cady na tentativa de resolver os dois problemas – uma decisão que terá consequências inimagináveis.

Começarei sendo bem objetivo. A verdade é que para mim ele foi apenas um filme padrão do estilo. Agora entendam bem (as pessoas em geral tem a mania de ouvir tais palavras e achar que o filme é ruim, só por não ser perfeito). Ele entrega justamente ao que se propõe, mas não é nada inovador e não traz nenhum vigor novo para o estilo. Apesar disso, ele é bastante divertido e dá para aproveitá-lo bem. A diversão nele está mais do que garantida.

Todos nós que somos fãs desse gênero já vimos uma obra do estilo. Impossível não lembrar do Chucky, o nosso boneco do mal de Brinquedo Assassino (1988). A comparação é meio que feita na hora. Existe uma modernização no objeto de terror, mas a base é a mesma. Isso me fez até mesmo querer um filme crossover com o embate entre essas duas criaturas. M3GAN e Chucky, quem será que venceria? Apostaria na M3GAN, pois a tecnologia está do lado dela, embora Chucky seja um grande psicopata.

Sobre a história em si, ela realmente não se diferencia muito. Conhecemos a boneca, ela aparentemente é algo genial (e sim, de fato é) e ajuda bastante a menina que perdeu os pais. Como obras do tipo, o desenvolvimento dele demora um pouco, pois é preciso fazer o escalonamento de piração da boneca progressivamente. Essa demora pontual só nos dá cenas realmente boas já na sua última parte que possui aquele famoso “pega pra capar”. Correria, mortes e um clímax bom para o que se propôs. Quem já viu ‘O Exterminador do Futuro’ vai pegar a referência clássica.

O que mais me agradou nele em questão de discussão foi a parte “filosófica” pertinente a qualquer filme que trate de robô e ficção científica. Afinal, a menina perdeu os pais e precisa de atenção. A tia trabalha muito e não tem tanto tempo para se dedicar a sobrinha. M3GAN é criada justamente para fazer companhia e para cuidar da criança. Genial, mas até que ponto essa falta de uma pessoa real ao lado dela não vai ser prejudicial? Esse ponto é tocado e é escalonado até rápido na trama. Quando nossa protagonista percebe o que fez, já poderia ser tarde demais. Por mais que brinquedos sejam bons, os laços familiares são maiores e melhores.

O longa é bom, diverte, é absorvido no sangue com um ritmo excelente, mas faltou um algo a mais. No meu ver, faltou a direção de James Wan que acho sempre diferenciada e que faz valer qualquer ingresso do cinema. Gostaria de ter visto mais surtação da boneca e uma gama maior de vítimas. A violência nem é tanto problema, isso é bem comedido aqui. As vítimas são mortas, mas não é mostrado. O pouco sangue favorece a entrada do mais jovens no cinema e assim ter uma bilheteria maior.