Amado

‘Amado’ é um novo filme policial nacional que está chegando por agora nos cinemas. Ele foi inspirado por uma história real e sem exageros posso compará-lo facilmente ao Justiceiro, herói da Marvel Comics. Digamos que a história apresentada aqui é igualzinha. Lógico que temos uma adaptação ao nosso território brasileiro. No caso, Ceilândia no Distrito Federal. Acredito que será uma obra que irá dividir opiniões devido ao seu teor “bandido bom é bandido morto”.

Sinopse: “Amado é um policial honesto da polícia militar de Ceilândia, que faz mais do que deveria fazer. Ele prende, julga e executa sentenças em desfavor dos criminosos, cortando caminho e se tronando mais ágil do que o burocrático processo oficial. Cego para cor, credo ou sexo, pouco se importa se o individuo é ladrão ou policial. Para alguns o Cabo Amado é um truculento policial e para muitos outros um herói brasileiro, e seu único objetivo é resolver conflitos injustos, sem delongas, e “fazer a coisa certa”.”

Posso dizer que ele é um bom filme por criar várias cenas de tensão que escalonam para a nossa boa e velha vingança. Os métodos usados pelo nosso protagonista vão fazer alguns vibrarem de prazer enquanto farão outros se indagarem que isso está errado. Lógico que a história movida pelo roteiro te leva a acreditar sem pestanejar de que ele tem que fazer o que tem que fazer mesmo. Somos levados nesse pensamento a ponto de aceitarmos tudo o que ele faz.

Apenas no início o que ele faz parece errado. No momento em que ele peita um policial corrupto as coisas mudam de figura e faz você pensar que ele está certo mesmo. Somos colocados nessa sinuca de bico moral, mas não é só porque ele está agindo corretamente de uma forma que ele esteja sempre certo. Acontece que esse dilema que poderia ser muito interessante acaba e logo vira um daqueles filmes de busca por vingança. Essa mudança de perspectiva me agradou por não estar esperando por essa virada, mas me fez pensar que uma discussão sobre certo e errado também seria muito bem-vinda.

A sua criada de tensão é muito boa mesmo. Temos duas cenas que são chave para ficarmos nervosos com o que vai acontecer. A primeira é quando ocorre o primeiro embate de Amado contra o policial corrupto; e segundo quando tentam matá-lo em uma emboscada que ele escapa. Esse virou o ponto forte da história para mim e nos consegue inflamar a ponto de comprarmos sua briga.

Os defeitos técnicos pra mim ficam um pouco na parte de roteiro que do nada resolve algumas coisas como se tivesse pressa para isso; no som, que em determinados momentos não consegui escutar o que estavam falando; e nas cenas de ação, que merecia um trato maior. Nenhum desses problemas citados estragam a obra como um todo. São apenas alguns pontos que me incomodaram mesmo e que acho que elevariam mais o resultado final se fossem melhores tratados.

Achei um bom filme, mas que não entrega nada de novo. Não concordo com algumas atitudes do protagonista, mas é difícil não comprar a briga dele em determinado momento da projeção. A dor causada a ele ameniza um pouco e somos levados a buscar vingança. Temos que tomar um pouco de cuidado com esse tipo de conteúdo, pois ele cai facilmente no senso comum.