Tudo Que Quero
É muito difícil vermos por aí algum filme em que o personagem principal seja autista. Lembrando aqui rapidamente só consigo pensar em Rain Man (1988), mas certamente tem outro por aí que só vou conseguir lembrar após escrever este texto. E como essa temática é bem rara para mim, fiquei automaticamente interessado pelo enredo, ainda mais sabendo que a protagonista além de autista é uma grande fã do universo Star Trek, só por isso já ganhou minha total atenção.
Sinopse: “O mundo é um lugar confuso para Wendy, uma jovem que, apesar do autismo, é independente e brilhante. Wendy escreve histórias de fantasia em seu tempo livre e, quando ela descobre uma competição, decide terminar seu roteiro e participar. Agora o problema é entregar o roteiro. Com seu pequeno cão e apenas alguns dólares no bolso, Wendy decide corajosamente ir em busca de seu sonho, embarcando numa aventura repleta de desafios e surpresas.”
Não consigo imaginar o quanto deve ser difícil a vida de um autista. A dificuldade de interagir com pessoas e lidar com seu lado emocional deve ser extremamente complicada para quem não entende isso. O que me vem na cabeça é o primeiro paralelo traçado durante a história. Wendy, aqui vivida por Dakota Fanning (Guerra dos Mundos) é uma fã fervorosa de Star Trek, no qual temos o personagem de Spock, que é nascido em um outro planeta onde são treinados desde criança para terem suas emoções inibidas, não deixando que elas afetem suas decisões.
É muito legal ver todo esse paralelo em sua jornada durante o longa. Principalmente, a relação com a sua irmã Audrey, vivida por Alice Eve (que por coincidência participou de Além da Escuridão: Star Trek) em que ela se vê como Spock e como ela vê sua irmã como o lendário Capitão Kirk. Este filme não é só feitos de paralelos. Temos também sua jornada de autoconhecimento e aprendizado. Apesar de todos os seus problemas sociais é interessante ver como ela consegue sobreviver ao mundo dessa forma.
Um filme extramente com boas vibrações. Em nenhum momento ele se torna pesado ou muito dramático. Todo o drama é trabalhado na medida certa para que entendamos seus problemas de dificuldades sociais e como ela consegue se sobressair sobre eles. Um bom filme para se ver e sair com a alma um pouco melhor. É o tipo de película que nos faz ser um ser humano melhor no final. E se por acaso tivermos alguém autista em nossa vida, que saibamos ter paciência e que tenhamos bastante compreensão para lidar com tal pessoa.