The Square: A Arte da Discórdia

“The Square: A Arte da discórdia” foi o filme sueco escolhido para concorrer ao Oscar 2018 e já tem na bagagem o European Film Award, que foi escolhido como filme do ano; também foi o vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2017, e também já indicado ao Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro. Com esse grande currículo e com a direção de Ruben Östulund (Força Maior) temos aqui um filme onde coloca a arte como debate. Até que ponto a arte pode ser considerada arte? E devemos ter limites para a liberdade de expressão?

Sinopse: “O filme conta a história de Christian, respeitado diretor de um museu de arte contemporânea de Estocolmo que se envolve em situações inesperadas após o roubo de seu celular. Enquanto isso, Christian se prepara para receber uma nova exposição: The Square, cuja proposta é convidar os visitantes a refletir sobre seu papel como seres humanos responsáveis e altruístas. Porém, a inesperada campanha de divulgação da instalação acaba provocando resultados desastrosos.”

Achei a temática bem atualizada, em tempos em que um Museu no Brasil foi acusado de pedofilia bem recentemente. Neste filme não vemos algo igual ao caso mencionado, mas vemos situações de desconforto e até onde isso é caracterizado como arte. Não estou aqui para julgar o que é certo e o que é errado, mas sim para fazer pensar, no que eu acredito ser um dos propósitos desse longa.

Temos um caso deste produção que preciso mencionar aqui, pois foi o momento de maior estranheza e que acredito ser o ponto alto da narrativa. Vemos aqui o Oleg , o Homem-Gorila, interpretado magistralmente por Terry Notary (Planeta dos Macacos: A Guerra), de onde acredito ele tirou toda sua atuação, que nos vislumbra com uma cena em que quase acaba estuprando uma mulher justamente por estar inserido em um personagem criado pela arte. Essa cena por si só, ao mesmo tempo que incomoda,  é satírica e altamente exagerada no ponto pra te fazer revirar. O ponto baixo é que não temos uma repercussão disso no decorrer da metragem, o que me deixou incomodado.

Tirando esta cena especifica que nos faz refletir sobre algumas coisas, o longa é bem divertido, tendo muitas cenas de comédia de um cotidiano de um museu de arte contemporânea.Só não entendi muito bem o que Elizabeth Moss (da série Mad Man) e Dominic West (300) estão fazendo aqui. O papel deles é totalmente descartável, o que me deixa pensar se não foram chamados só por serem rostos conhecidos de Hollywood sem uma função realmente lógica.

Acredito que este filme cairá muito bem para os amantes de arte e para o público mais cult em si, pela temática, mas pelo resto da diversão cabe para todo mundo. 


Texto: Bruno de Oliveira

Revisão: Luciana Costa