O filme “Sob Pressão”, do diretor Andrucha Waddington, mistura drama com adrenalina o tempo todo, o espectador, que transportado para o mundo de uma emergência médica, em uma comunidade, com atuações brilhantes e trilha sonora intensa, sente-se sob pressão.

Este longa parece um “reality show” na vida de médicos. Mostra um dia em uma emergência de hospital sem recursos, os dramas pessoais, a pressão de bandidos, policiais, vítimas e ainda a consciência dos próprios médicos. Como lidar com situações difíceis e muitas vezes de risco enquanto faz o máximo que pode para cumprir o juramento de Hipócrates e salvar vidas?

A história foca principalmente no médico Evandro (Júlio Andrade, que tem uma das melhores atuações  masculinas em produção brasileira nos últimos tempos, recebendo prêmio de melhor ator pelo Festival do Rio 2016), que é viúvo, atormentado e faz uso de remédios como se fossem drogas (e não deixam de ser); porém é de longe o melhor médico do hospital. Ele conta em sua equipe com a ajuda de Paulo (Ícaro Silva, que surpreendeu ao mostrar um ótimo trabalho em cena depois de ficar conhecido na novela “Malhação”) e Carolina (Marjorie Estiano) que é uma médica jovem e talentosíssima que acaba de chegar ao hospital depois de trabalhar no Haiti. Assim como Evandro, ela é ousada, competente e não tem medo de burlar as regras quando o assunto é salvar vidas.

Há também, além de muitos outros médicos e estagiários em papeis de menor destaque, o diretor do hospital, doutor Samuel (Stepan Nercessian, que ganhou premio de melhor ator coadjuvante por esta obra no Festival do Rio). Ele é admirado por muitos e temido por poucos. Foi mentor de Evandro e Carolina, acredita de olhos fechados em sua equipe e apesar de ser médico não cuida nem um pouco de sua saúde. E há ainda Ana Lúcia (Andrea Beltrão), interpretando uma administradora de hospital que quer seguir as regras a risca e não está acostumada ao mundo caótico daquela realidade.

Este filme acaba sendo uma mistura da aclamada série de TV americana “Grey’s Anatomy” com “Tropa de Elite”. Contém medicina, dramas pessoais, o mundo praticamente paralelo no qual vivem médicos plantonistas junto com bandidos que invadem hospitais, policiais que brincam de Deus e difíceis decisões referentes à consciência.

Gostou? Achou interessante? Então corre para assistir e viva o cinema brasileiro!

Por Luciana Costa