Animais Fantásticos e Onde Habitam

 

O filme “Animais Fantásticos e Onde Habitam” com certeza é um dos mais esperados do ano e não só pelos fãs como por novos curiosos. Por ser uma produção cinematográfica de grande importância, nós aqui do Cinematizando fizemos algo um pouco diferente do habitual, você irá ler duas visões diferentes. A opinião da jornalista e fã de J.K Rowlins, Katharina Farina, e a da jornalista e crítica de cinema, Luciana Costa, com uma visão mais “leiga” sobre os trabalhos a cima citados.

Resenha por Katharina Farina:

Os trailers de “Animais Fantásticos e Onde Habitam” enganam quem não é fã do universo de JK Rowling, que o público começou a conhecer nas histórias de Harry Potter e continuou online no site Pottermore. A proposta de seguir Newt Scamander pela Nova York dos anos 1930, caçando criaturas que ele deixou escapar, é um mero pretexto para o que seria uma aula de História da Magia (pelo menos, em Hogwarts). Só que, em vez de um tom didático, conhecemos a história do ponto de vista de quem a viveu, caindo de pára-quedas com Newt no meio dos aurores e oficiais da MACUSA (o equivalente americano ao Ministério da Magia) que enfrentaram o vilão Grindewald – um grande mago na época em que Dumbledore ainda era jovem.

O filme nos leva em várias viagens simultâneas. Voltamos no tempo à época da Lei Seca nos Estados Unidos; vemos o que restou de Manhattan depois da Grande Depressão de 1929; mas, principalmente, conhecemos o submundo mágico norte-americano, introduzido e explicado aos fãs mais fervorosos no Pottermore. Nossos guias de viagem são ainda mais carismáticos do que os personagens da última saga, a começar pelo “biólogo” (ou o que for o equivalente mágico disso) Newt (Eddie Redmayne), dono de um coração tão grande que tem espaço para todas as criaturas mágicas existentes. Os anfitriões americanos não ficam para trás: as irmãs Tina (Katherine Waterson) e Queenie (Alison Sudol) – que parecem ser opostas, mas revelam ter a mesma tenacidade – e o “trouxa” (não-mágico) Jacob (Dan Fogler), companheiro acidental de Newt que conhece e se impressiona com o mundo mágico.

A história segue a tradição de quebrar paradigmas pela qual JK Rowling ficou conhecida, apresentando uma mulher negra como presidente da nação bruxa norte-americana. Mesmo assim, apresenta aspectos previsíveis. Vale lembrar que esse é o começo de uma trilogia, então vemos apenas sementes serem plantadas: a tensão romântica entre Newt e Tina; o casal improvável (que funciona) Queenie e Jacob; a busca de Grindewald pelo controle mundial. Ficaremos de olho para ver como elas florescerão.

Visão crítica por Luciana Costa:

Este filme marca a estréia de JK Rowling (autora dos livros “Harry Potter”) como roteirista. Os pontos altos deste longa, que se passa em mais de duas horas que não são sentidas, são sem sobra de dúvida os efeitos especiais usados para a criação dos ditos animais fantásticos, estes mesmo sem falar, acabam sendo os personagens mais carismáticos.

Como era de se esperar, Eddie Redmayne fez um trabalho impressionante ao dar vida ao personagem principal, Newt, o bruxo que anda pelo mundo resgatando animais fantásticos. Aliás, reparem bem no trabalho de corpo dele, é incrível como o ator fez questão de imitar trejeitos de andar de domadores de animais da vida real.

A trilha sonora é basicamente a mesma de “Harry Potter”, contendo também uma música icônica do filme “Edward Mãos de Tesoura”. Apesar de ser da mesma autora, não achei este filme muito nos moldes da saga Potter. Talvez por ser outro roteirista ou talvez por simplesmente esta não ser mesmo a intenção.

É um filme bastante prazeroso e divertido para todos os gostos, mas, em minha opinião, ficou aquém de outros do gênero fantasia como “O Lar das Crianças Peculiares” de Tim Burton. Imagino que está produção tenha sido mais lenta do que suas futuras continuações, ele parece existir mais para apresentar os personagens e ambientar o telespectador para aventuras mais eletrizantes que virão a seguir. Só nos resta esperar para ver.

Ps: Em determinado momento, você verá um personagem que é uma espécie de doende mafioso, um cara do submundo, bem estranho e de mãos deformadas. Pasmem, mas este pequeno ser é “interpretado” pelo mesmo ator que fez o gigante Hell Boy (Ron Perlman).

 

Por Luciana Costa e Katharina Farina

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