Acho impressionante o fascínio que as pessoas têm com Robin Hood. O homem que rouba dos ricos e dá para os pobres, talvez venha daí. Simplesmente o fato de ser um herói que pensa nos pobres já pode ser o suficiente, pensem bem, não temos um herói assim hoje em dia. Depois de inúmeros filmes contando a lenda de Robert de Locksley, temos aqui mais um que nos conta como tudo começou e principalmente como surge uma das maiores lendas de todos os tempos. Era necessário? Acho que não.

Sinopse: “A origem da famosa lenda sobre o ladrão que rouba dos ricos para dar aos pobres. Robin Hood (Taron Egerton) volta das Cruzadas e surpreende-se ao encontrar a Floresta Sherwood infestada de criminosos, no mais completo caos. Ele não deixará que as coisas permaneçam desse jeito.”

Sempre fui um grande fã das histórias do Príncipe dos Ladrões, mas esse aqui não mostra nada de novo ou interessante para tais fãs como eu. O filme é bem gravado, tem uma boa direção, uma bela fotografia, mas não mostra nada de novo em relação a lenda ou a origem de Robin Hood. Nada que não tenhamos visto antes. Do início para o meio eu até estava sendo levado de um jeito bom, mas daí para o final comecei a me perder. Comecei a achar as situações bem forçadas e incríveis demais tornando tudo bem previsível.

O que mais gostei e que gostaria de destacar são as cenas de ação com o arco e flecha. Essas cenas realmente são muito boas. Usando câmera lenta nas horas certas, nos faz até vibrar em determinados momentos. A forma como essa arma medieval é usada é simplesmente linda e inédita. Uma velocidade incrível é levada em cena nos fazendo pensar se é possível ser tão bom assim, mas não quero entrar nesse mérito.

A história de Robin se passa no século XII, época das Cruzadas, ou seja, bem no meio da Idade Medieval. Dito isso, tenho que fazer observações sobre o período passado aqui. Quando é mostrada a luta no deserto contra os muçulmanos me remete imediatamente a Guerra do Iraque ou Afeganistão dos nossos tempos atuais. A roupa me lembra muito soldados modernos, a única diferença é que usam arco e flecha em vez de fuzis. Isso, as vestimentas de festa quase renascentistas e aquele sobretudo de couro do Xerife de Nottingham, que lembra na hora um nazista, me tiraram um pouco da época medieval. Até mesmo as armas usadas aqui me soam um pouco steampunk (bestas automáticas como metralhadoras bem longe de sua real época). Talvez quisessem deixar mais moderno ou mais perceptível ao público atual. Pode ser um detalhe, mas me incomodou.

Creio que esse longa tenha mais apelo com o público mais jovem, que talvez seja o alvo maior aqui, vide principalmente o título que destaca A Origem. Um público que não conheça a história ou a lenda se divertirá muito mais, acho eu. Até tem coisas boas, mas não acredito que seja o suficiente para prender os telespectadores até o fim. Os produtores devem querer criar mais uma longeva franquia aqui, mas sendo bastante cético, não acho que vá para frente. Se não der dinheiro, pode ser que acabe por aqui mesmo.