Cadáver

Assistir filmes de terror para mim é como andar na montanha-russa. Sempre fico animado na hora, já no decorrer eu fico comum medo que me faz não querer mais. Acaba, fico tranquilo e quero ver outro. Não nego que há um pouco de masoquismo da minha parte, mas amo a experiência e como ela pode me afetar. Acredito estarmos em um ótima safra desses longas de terror, com alguns deslizes pelo caminho. Uma renovação deles chegou com tudo com filmes como “Hereditário” e “Um Lugar Silencioso” (ambos desse ano) e como “Corra”, “A Bruxa” e “Invocação do Mal”.  “Cadáver” se inclui no clássico terror, aquele que te deixa tenso, mas que no final descamba para qualquer coisa.

Sinopse: “Um exorcismo chocante sai do controle e ceifa a vida de uma jovem mulher. Meses depois, a policial Megan Reed está trabalhando no necrotério de um hospital quando recebe um cadáver desfigurado. Trancada e sozinha dentro dos corredores do porão, Megan experimenta visões horripilantes e começa a suspeitar que o corpo pode estar possuído por uma força demoníaca impiedosa.”

Como muitos desse estilo, o filme consegue criar uma atmosfera pesada para contar uma boa história. E que lugar melhor do que um necrotério. Deus me livre trabalhar em um lugar desse. Por isso ele se torna um ambiente perfeito. O jogo de luzes também é excelente. Genial usar luzes que se acendem com o movimento trazendo um alto ar de tensão. E tudo isso com a protagonista recebendo um cadáver de um exorcismo que deu errado. Esses elementos seriam o suficiente para qualquer ateu começar a rezar. Como falei, a sinopse e ambientação são maravilhosas, mas peca quando tem a explicação.

Toda vez que um filme de terror é explicado ele perde seu nível de tensão quase ao máximo. E foi justamente o que ocorreu comigo. Estava bastante envolvido com a narrativa até explicarem tudo o que estava acontecendo. Perdi o medo e de certa forma previ o final. Não precisa ser um gênio para isso também. A única coisa que me fez pensar era que a protagonista tinha o mesmo nível psicológico do cadáver do título (antes de ser possuído). Isso até poderia ter sido muito mais desenvolvido, o que deixaria o público com uma pulga atrás da orelha muito maior do que apresentada aqui.

Dá para divertir os maiores fãs do estilo, mas é quase mais do mesmo. Não há nenhuma novidade muito criativa aqui a não ser a ambientação já citada por mim. Mesmo assim ainda prevejo um relativo sucesso nas telonas. É barato e certamente será lucrativo.