Querido Evan Hansen

2021 com certeza já pode ser considerado o Ano dos Musicais. Já tivemos Em Um Bairro de Nova York, Todos Estão Falando Sobre Jamie e Cinderela a até ao final do ano ainda teremos o remake de Amor, Sublime Amor e Cyrano. Querido Evan Hansen é mais um nome que deve ser colocado nessa lista. O filme é baseado na peça da Broadway de mesmo nome que estreou em 2016 e do elenco original temos somente o protagonista vivido por Ben Platt (A Escolha Perfeita). A direção é de Stephen Chbosky (As Vantagens e Ser Invisível) e as músicas foram compostas por Benj Pasek e Justin Paul, ambos responsáveis pelas músicas de La La Land: Cantando Estações (2016) e O Rei do Show (2017). Escrevi isso tudo só para dizer que se é fã de musical, ele é obrigatório.

Sinopse: “O fenômeno da Broadway de tirar o fôlego torna-se um evento cinematográfico quando o vencedor do Tony, Grammy e Emmy, Ben Platt, repete seu papel como um estudante do ensino médio ansioso e isolado, ansiando por compreensão e pertencimento em meio ao caos e crueldade da era da mídia social.”

É um pouco difícil falar de um gênero do qual sou muito fã. Sempre vai parecer que passei bastante pano para ele. Por isso, eu tenho que começar comentando que não o achei grandioso e nem épico. Todos os números musicais são simples, mas muito eficientes. As letras das músicas passam exatamente o momento e compramos elas de um modo fácil e aceitamos facilmente o seu modo explicativo da situação. Lógico que a pessoa que odeia musicais, vai odiar tudo isso, pois ela sempre vai achar tudo muito patético e inverossímil. É justamente aí que vejo a beleza desse tipo de narrativa.

Querido Evan Hansen é mais do que um musical para mim. A sua temática é muito atual e que mexe um pouco com cada um de nós. Ele trata assuntos como depressão, ansiedade, solidão e suicídio de um jeito muito tocante e sentimental. Em nenhum momento achei os assuntos colocados forçadamente e todos eles são debatidos durante todo o longa. Até mesmo a responsabilidade emocional para que outra pessoa não se fira é colocada de um jeito muito humano.

A forma como toda a trama é interligada está nos pontos altos aqui. O braço quebrado, a carta para si mesmo, os motivos que impedem que a verdade seja dita… nada é solto. Para nós telespectadores, é muito fácil julgarmos o que deveria ser feito, mas as motivações que se revelam durante a história nos faz entender o porque das mentiras contadas. Uma mentira para confortar alguém em sofrimento pode ser bom em um momento, mas levar tudo isso até as últimas consequências podem ser prejudiciais para todos e é nesse ponto que ele quer te pegar.

O jeito como a história se desenrola é até mesmo clichê. Nós já sabemos o estágio das situações: um mal entendido é construído, o protagonista não consegue revelar a verdade, coisas boas acontecem com ele por causa disso, chegamos no auge, a verdade é revelada, o mundo do protagonista e de quem está a sua volta desmorona, ele enfim consegue reconhecer tudo o que fez de errado e desse ponto em diante, vai em busca de redenção.

O final pode não ser o que estávamos esperando, mas ele nos dá o caminho e nos mostra que tudo pode ter um recomeço. A esperança de dias melhores se apresenta e ficamos com aquele sentimento agridoce. A vida continua e ela ainda pode ser bela, um dia de cada vez. Teremos dias terríveis, mas temos que continuar. Talvez ele não seja o melhor musical que irá ver em sua vida, falta um momento daqueles que dá vontade de sair dançando junto, mas antes de terminar quero deixar o nome de duas das minhas músicas favoritas dele: “Waving Through A Window” e “You Will Be Found”. Elas são lindas e realmente conseguem nos emocionar no decorrer da história.

Querido Evan Hansen estreia nos cinemas em 11 de novembro.