Pânico

Em 1996 Wes Craven (A Hora do Pesadelo) revolucionou o gênero slasher ao criar um filme com metalinguagem que presta homenagem a seus predecessores. Nele, o personagem Randy vocifera as regras do filme de terror já pré-existentes, mas nunca antes declaradas. Inovou também ao criar assassinos possíveis porém mascarados, diferente de Michael Myers, em “Halloween” ou Jason em “Sexta-feira 13” que parecem entidades sobrenaturais. Os assassinos de pânico podem ser mortos. Está nova adição a franquia é totalmente fiel ao original, utilizando a fórmula criada nele, porém com inovações condizentes. “Pânico” (2022) é impecável, prometendo agradar até o mais exigente dos fãs

Sinopse: “Vinte e cinco anos após uma série de crimes brutais chocar a tranquila Woodsboro, um novo assassino se apropria da máscara de Ghostface e começa a perseguir um grupo de adolescentes para trazer à tona segredos do passado mortal da cidade.”

O filme faz piada com os clichês que compõe os outros longas de forma inteligente sem por isso perder a atmosfera de tirar o fôlego. Em “Pânico 1”, Wes colocou Drew Barrymore, a atriz mais famosa do elenco para ser a primeira a morrer, causando surpresa ao expectador, algo que reverencia Alfred Hitchcock em “Psicose”, que colocou sua musa Janet Leigh para ser a primeira vítima do assassino Norman Bates. Neste novo longa temos a nota de cara, nenhum ator receberá tratamento especial do assassino, qualquer morte é permitida.

Diferente do filme anterior, “Pânico 4″ os novos personagens são extremamente carismáticos. Ao fim o que menos importa é quem é o assassino e sua motivação. Apesar disso, temos motivos criveis e um desfecho impecável. O filme é além de tudo uma aula cinematográfica, com filme dentro do filme, dentro do filme e a introdução de termos do gênero conhecidos mais pelos estudiosos do assunto.

Os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett criam uma viagem nostálgica para quem assistiu ao primeiro filme na época em que foi lançado. Os novos diretores que assumiram a tocha após a morte de Craven fizeram certo ao não bagunçarem com a obra original.

São inseridas músicas do primeiro filme na trilha sonora em momentos chave e ainda homenagens a outros integrantes do gênero de suma importância como um personagem chamado Wes, e outro com sobrenome Carpenter( fazendo referência ao grande nome do terror John Carpenter, diretor de “Halloween,) tal qual Craven fez ao batizar seu primeiro assassino de Loomis (um dos personagens de “Halloween”) e o nome da rua em que a final girl Sidney Prescot mora de Elm Street (onde se passa “A Hora do Pesadelo”).