O Mauritano

‘O Mauritano’ é um filme de 2020 que ameaçou ser uma grande promessa nas premiações de 2021 e que acabou ficando esquecido. O prêmio de maior expressão foi o de Melhor Atriz Coadjuvante para Jodie Foster (O Silêncio dos Inocentes) no Globo de Ouro e depois disso nada mais se foi falado sobre ele. Até mesmo no Brasil ele teve um lançamento muito esquisito. A princípio tinha data marcada para os cinemas, mas a verdade é que foi direto para o Telecine. Apesar desse descaso com ele, posso adiantar que pelo menos é um bom filme.

Sinopse: “A história real da luta de Mohamedou Ould Slahi (Tahar Rahim) pela liberdade após ficar preso injustamente por mais de uma década. Já sem esperanças, ele conhece a advogada de defesa Nancy Hollander (Jodie Foster), que entra no caso disposta a fazer justiça. Junto a sua associada Teri Duncan (Shailene Woodley), Nancy reunirá provas inéditas que ajudarão a tirar Slahi de trás das grades.”

Esse longa é baseado no livro de memórias escrito pelo mauritano do título, Mohamedou Ould Slahi, aqui vivido por Tahar Rahim (O Príncipe do Deserto). Ele começou a ser escrito em 2005 e só conseguiu ser lançado em 2015 com o nome de ‘Diário de Guantánamo‘. Ele foi o primeiro detento dessa instalação a lançar um livro enquanto ainda estava preso. Para saber como ele fez isso, basta ver esse filme do qual estou escrevendo.

Mohamedou Ould Slahi foi preso por ter associação com os atentados de 2001 nos Estados Unidos. Isso é o que os norte-americanos alegavam. Uma briga ferrenha entre os advogados do exército americano começa para acusar de verdade os detentospresos sobre esses crimes. Sim, ele estava preso sem julgamento, e graças a uma advogada ávida pela justiça que resolve defendê-lo quando mais ninguém se quer se interessava por isso é que ele irá pelo menos lutar contra sua prisão injusta.

Sobre o longa em si eu posso dizer que ele é bom, mas que possui algumas falhas de condução que atrapalharam o meu veredito no final. É uma história que realmente precisava alcançar o mundo e que precisava ser conhecida por todos. O que esse sujeito passou foi uma tamanha crueldade e falta de humanização jamais pensada. Eu já tinha ouvido relatos sobre o que acontecia com esses prisioneiros e tudo sempre pareceu completamente surreal. O grande problema é que tudo foi verdade. Esse é um daqueles filmes que dá raiva por ver tamanha injustiça, mas isso é bom, porque quando chegamos na catarse, acaba sendo gratificante.

Achei todas as interpretações medianas e não consigo destacar ninguém. Todos fazem o seu feijão com arroz de forma justa. A força da história é galgada através do personagem título e isso é a grande força motriz dessa obra. Direção e roteiro também não trazem nada como um diferencial e também fazem o seu básico de forma competente.