Morbius

‘Morbius’ foi o filme que mais sofreu adiamento devido a pandemia. Se não me engano foram 5 vezes. Para vocês terem uma ideia de quanto tempo ele está na fila para estrear, o primeiro trailer dele foi lançado e Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa ainda não tinha começado suas gravações e esse estreou em dezembro último. Falta de confiança no produto ou estava esperando somente a data exata para debutar? Eu arrisco que foi esperando o momento do mundo que não estivesse ameaçado pela COVID-19. A hora é essa mesmo.

Sinopse: Um dos personagens mais interessantes e conflituosos da Marvel chega à tela grande com o vencedor do Oscar Jared Leto se transformando no enigmático anti-herói Michael Morbius. Gravemente adoecido com um raro distúrbio sanguíneo e determinado a salvar outros que sofrem do mesmo destino, o Dr. Morbius arrisca tudo numa aposta desesperada. E embora a princípio tudo pareça um sucesso absoluto, surge uma escuridão que se desencadeia dentro dele. O bem superará o mal – ou Morbius sucumbirá aos seus novos e misteriosos desejos?”

Para quem desconhece, vale dizer que Morbius é um personagem da Marvel que é um dos vilões do Homem-Aranha. Como a Sony Pictures detém os direitos de todo o universo do herói aracnídeo, eles resolveram criar filmes solos com seus vilões afim de angariar uma grana com isso, aparentemente sem se importar muito com sua qualidade. O primeiro personagem oriundo dessa ideia foi Venom, que já ganhou até mesmo uma continuação que estreou em 2021. Para quem não leu minhas resenhas, fica a informação de que eu detestei os dois longas do vilão. Vilão não, agora anti-herói.

É baseado nesse universo criado pela Sony Pictures que vou julgar Morbius. Levando isso como parâmetro posso dizer que Morbius é um filme que diverte e que me parece mais coeso do que Venom. Isso quer dizer que ele é bom? Não diria isso, mas pelo menos me entreteve muito mais. Para alguém que foi sem esperar nada, isso acaba sendo um elogio. Realmente acho que ele segue uma linha de história de origem certinha, com a criação do super ser, sua maldição e a criação de um vilão que é um espelho do personagem. Nesse quesito o arroz e feijão é feito direitinho e acaba sendo satisfatório.

Quando entramos no assunto roteiro é que as coisas ficam estranhas. Consegui observar umas linhas de frase muito bobas e infantis, além dele agir como um deus ex machina. Ou seja, as coisas acontecem de acordo com a conveniência do roteirista. Ele possui algumas piadas que ficam fora do tom do personagem e até mesmo do filme que querem proporcionar aqui, mas posso dizer que sua parte “séria” é levada com mais respeito. Resumindo, o grande problema dele é o roteiro mesmo que acaba sendo raso.

Ainda não me decidi sobre os seus efeitos visuais. Ao mesmo tempo em que os achei meio mal feitos também gostei. Sei que essa frase pode parecer estranha e desconexa, mas é exatamente como me sinto até esse momento que vos escrevo. Acho que posso passar um pano e dizer que são bons sim.

O elenco é muito bom no papel. Temos Jared Leto (Clube de Compra Dallas) como protagonista; Jared Harris (Chernobyl) como a figura paterna de Morbius; Adria Arjona (Círculo de Fogo: A Revolta) como melhor amiga e par romântico, além de eu achar ela a cara da Eiza Gonzales; Matt Smith (Noite Passada em Soho) como melhor amigo do anti-herói; e Tyrese Gibson (franquia Velozes e Furiosos) como o policial que sai a caça do Homem-Vampiro. Todos medianos e sem alcançar o que são de verdade. Talvez o maior destaque fique para Matt Smith que consegue dar uma surtada maior aqui.

Durante os créditos temos duas cenas que as julguei muito estranhas. Sem entrar em muitos detalhes posso dizer que elas são completamente desconexas, mas que só farão sentido no futuro da franquia. Parece que essas cenas foram gravadas para estarem no meio do filme, mas que resolveram excluí-las e só colocá-las nesse final. Não sei o que a Sony planeja pela frente e não faço ideia de aonde eles querem chegar. A única coisa que tenho certeza é que eles continuarão com esse universo dos vilões do Homem-Aranha. Aqui temos uma abertura para uma sequência e já está em gravação o longa do Kraven, O Caçador, mais um vilão icônico a debutar no futuro.