O Corvo (1963)

Muitas vezes um filme considerado B, feito com baixo orçamento envelhece bem e se torna um clássico. Esse é o caso de “O Corvo” (1960). Estrelado por Vincent Price (A Casa Assombrada), Boris Karloff (Frankstein) e um jovem Jack Nicholson (Um Estranho no Ninho). Baseado na obra homônima de Edgar Allan Poe, ao contrario do que se pode imaginar este não é um terror e sim um terrir repleto de momentos cômicos e aventura.

Na trama, Erasmus Craven (Price) é um bruxo do bem que vive em seu castelo com sua filha. Seu pai era considerado o bruxo mais poderoso e tinha como rival Dr. Scarabus (Karloff) de reputação duvidosa. Com a morte do pai há vinte anos, Erasmus não quis seguir seu caminho preferindo permanecer em sua casa e não se envolver no mundo da magia. Um dia entra em sua casa um corvo falante que é na verdade um mágico bonachão que precisa de sua ajuda para retornar a sua forma humana. Juntos e com seus filhos eles partem em uma aventura para a mansão do mago Scarabus.

Inicialmente já temos a visão de um mar revolto que ilustra um Erasmus Craven atormentado vivendo com seus conflitos internos. Seu grande problema é não ter conseguido superar a morte da esposa há 3 anos. Por algum motivo que não nos cabe saber, ele guarda caixões com os corpos de seus falecidos entes queridos em casa.

Com direção de Roger Corman (A Pequena Loja dos Horrores) e roteiro de Richard Matheson (Além da Imaginação) temos um filme inovador para o seu tempo com vários efeitos. Vale lembrar que na época não existiam computadores. Uma das melhores experiências proporcionadas por estes filmes é com certeza a teatralidade, é preciso embarcar na fantasia já que os efeitos, figurinos e maquiagem ainda eram precários. A trama tem alguns furos que precisam ser ignorados para se poder aproveitar esta viagem cinematográfica ao máximo. Um dos pontos altos do longa é o encontro desses dois  gigantes do terror e a sensação de que Boris Karloff já bem mais velho está passando o bastão para Vincent Price.