O Amor Da Trabalho

Temos aqui mais um filme que eu chamo de “comédia fácil”. Não consigo sentir uma empatia por esse tipo de comédia que pega rapidamente o espectador sem muitas exigências. Digo isso correndo um risco grande de soar hipócrita, pois sou a primeira a pessoa a me divertir com qualquer tipo de coisa. Hipocrisia assumida, mas ainda ferrenho a minha opinião. Não posso ser injusto ao dizer que achei totalmente horrível, pois tive momentos em que consegui soltar gargalhadas, mas essas foram bem pontuais, o que não reflete no todo.

Sinopse: “Malandro e aproveitador, Ancelmo (Leandro Hassum) morre e acaba ficando preso no limbo. Para garantir seu lugar no céu, ele precisa praticar uma boa ação e bancar o cupido, pois recebe a missão de unir um homem (Bruno Garcia) e uma mulher (Flávia Alessandra) com personalidades muito divergentes.”

Vamos tentar ir devagar e pontuar tudo o que não gostei e aqueles momentos em que gostei. A primeira reclamação vai ser feita em relação ao personagem principal vivido por Leandro Hassum (Até que a Sorte nos Separe). Sempre tenho uma dificuldade enorme de gostar de um personagem como esse, que é simplesmente o pior tipo de pessoa do universo, mas que aprende com os erros e se redime no final, ficando tudo ok. Me lembrou muito aqueles filmes que temos o fantasma do passado, presente e futuro que sempre vemos na época do Natal (o cara ruim que fica bom). A segunda reclamação é com as piadas forçadas que me faziam revirar o olho .  A terceira e última é sobre a direção que achei bem fraca, mas que também não podia esperar muito para ser muito sincero.

Temos momentos bons, que se pudessem serem tirados dali e serem apresentados separadamente seriam perfeitos. As principais cenas que tenho que destacar são: A parte em que todos os deuses aparecem dentro de uma sala julgando se você fez o bem ou não é maravilhosa, sem contar todas as participações especiais dessa cena, com destaque para o cantor brega Falcão, que faz Odin; outro destaque é para a cena em que Hassum é exorcizado por uma baiana (essa eu gargalhei mesmo); e quando ele está sobre efeito de incenso (que segundo a história do filme espíritos ficam chapados com o cheiro de incenso), que nos dá um ótimo momento também.

Gosto de Leandro Hassum, ele tem uma ótima veia para a comédia. Tem momentos em que ele consegue brilhar realmente, mas acho que ele se perde muito no besteirol. Na chance de fazer um riso fácil, ele perde o momento de fazer coisas excelentes. Como dito anteriormente, esse tipo de comédia não consegue me prender ao ponto de realmente amá-la, mas sei que um espectador com menos expectativa e que tenha a veia de rir com piadas no estilo de Zorra Total sairá altamente feliz e realizado do cinema.