Confesso ser muito fã do cinema argentino, todos os filmes que vi até hoje eram no mínimo bons. E coincidentemente, ou não, a maioria tinha o ator Ricardo Darín (Nove Rainhas) no elenco. Só por saber disso, já me passou uma credibilidade maior, pois acho esse ator simplesmente sensacional. Com a direção e roteiro de Martin Hodara, que é mais conhecido por ser diretor de segunda unidade de longas como “Nove Rainhas” e “Sete Anos no Tibet”, nos é mostrado um bom thriller de suspense.

Sinopse: “Acusado de matar seu irmão durante a adolescência, Salvador (Ricardo Darín) vive isolado do mundo no meio da Patagônia. Depois de várias décadas sem ter contato com seu irmão Marcos (Leonardo Sbaraglia) e sua cunhada Laura (Laia Costa), o casal vai ao encontro de Salvador para convencê-lo a vender as terras que compartilham devido a uma herança. Neste local isolado e inacessível, o duelo entre os papéis de vítima e assassino voltam à tona.”

O clima de nevasca e a ideia do filme se passar em uma cabana em algum lugar inóspito remete automaticamente a um filme de terror, mas não é o que vemos aqui. Apesar do mistério envolvendo a morte do irmão mais novo dos personagens principais da trama, o que vemos aqui é um filme sobre a natureza humana. Até onde nossas atitudes, mesmo que em nome do amor, são toleráveis e realmente sinceras. Será que usamos o amor para praticarmos atos extremamente egoístas e prejudiciais a quem amamos? Essas questões são levantadas de forma simples e tranquila até o clímax do filme que é onde ele realmente mostra a que veio e nos entrega uma surpreendente reviravolta.

Não achei o longa excelente, talvez por já esperar o final mostrado, mas certamente é mais um bom filme argentino. Com um grande mistério a ser descoberto, ele se torna um filme instigante e faz você querer ir até o final para saber o que realmente acabou com uma família tão unida. Em determinados momentos o filme se torna um pouco parado e devagar, talvez para mostrar o clima de lamúria e solidão em que o personagem de Ricardo Darin vive, mas não chega a atrapalhar a história.