Nasce Uma Estrela

Eu não vi as versões anteriores a esta, mas quando vi Lady Gaga no trailer, em março, fiquei absurdamente ansiosa para assisti-lo, ainda mais que, de brinde, teria Bradley Cooper (Se Beber Não Case). A minha relação com este longa foi provavelmente muito diferente das dos outros espectadores. Sabe aquele momento em que nos identificamos com algum personagem? Acho que todo mundo já passou por isto mais de uma vez, mas ali, na tela do cinema, não havia Ally (personagem principal), e nem Gaga, ali, na tela, eu via Luciana.

Não tenho como explicar para vocês o que senti, a personagem não só tem comportamentos parecidos com os meus, como também vivência cenas que existiram na minha vida, até mesmo diálogos que eu já tive. “Too close for confort” e não sei dizer se foi por esse motivo, pela atuação da cantora, pelo roteiro ou pela direção de Bradley Cooper, mas eu chorei. Nunca na minha vida fui tão transportada para dentro da tela, nunca! Com isso, só posso dizer que temos aqui uma obra-prima como há muito tempo não via e a minha conexão com ela foi tão surreal, que desde já lhe peço desculpas por não conseguir ser impessoal.

Muitos críticos acharam que Cooper roubou a cena, mas, para mim, não tinha como, o filme era todo na visão de Ally. Ela é a estrela que está nascendo. Já o consagrado cantor Jack – seu coprotagonista – era como a personificação de mais de um namorado que já tive. Carismático, romântico, sonhador, talentoso e apaixonado, ele é o homem dos seus sonhos, que tem o poder de te levar do céu ao inferno, inclusive, ele nos faz sentir isto no decorrer da trama, pena que, tal qual na vida real, este tipo de relacionamento não tem como durar, pois não é saudável.

Acredito que Lady Gaga também tenha se identificado com sua personagem, já que a cantora, ao longo de sua carreira, fez performances que não seriam o seu estilo inicial para alcançar a fama. Tive uma grata surpresa. Ao assistir “American Horror Story”, eu descobri que Gaga sabia atuar, mas não fazia nem ideia de que Cooper sabia cantar.

Eu sou só elogios para com este filme. De verdade, poderia passar horas elogiando cada detalhe. Foi uma experiência maravilhosa na qual sai do meu corpo e entrei naquela tela, tudo isto com músicas lindíssimas e emocionantes. Aliás, emocionante é a palavra que o define.

Os fãs de séries da Netflix vão encontrar, entre outros, os atores Sam Elliott (o Beau de The Ranch) e Michael Harney (o Healy de Orange Is the New Black). Ainda no tópico séries, tenho certeza que quem gosta de Nashville vai amar o filme, já que a proposta é bem semelhante.

Tendo dito tudo isto e me contendo para parar por aqui, eu digo: Muito obrigada, Bradley Cooper! Sua direção maravilhosa e sua releitura dessa história me causaram uma experiência sensorial que nunca havia vivido.