A Casa do Medo (Incidente em Ghostland)

Quando crianças, todos nós sonhamos com dias melhores. Nos imaginamos adultos, bem-sucedidos, donos dos próprios umbigos, livres de tudo que nos incomoda ou aflige. E se esses dias melhores de vida adulta nunca chegassem? E se chegassem, mas fossemos forçados a revisitar um passado com lembranças terríveis? Até que ponto nossas mentes são capazes de nos enganar por proteção ou loucura? Como seguir em frente depois de testemunhar atos de barbárie? Estas e outras perguntas são respondidas de forma magistral neste longa de terror inteligentíssimo.

Sinopse: “Pauline acaba de herdar uma casa de sua tia e decide morar lá com suas duas filhas. Mas, logo na primeira noite, o lugar é atacado por violentos invasores e ela terá que fazer de tudo para proteger as crianças. Dezesseis anos depois, as meninas, agora já crescidas, voltam para a casa e se deparam com coisas estranhas.”

O diretor Pascal Laugier acertou em cheio. Neste longa, ele conseguiu nos deixar sentados na ponta da poltrona, intrigados, nervosos e desesperados na medida certa. Diferente de sua famosa trama anterior, Martyrs (2008), onde nós sofremos do início ao fim, em cada segundo, neste filme nós temos momentos de aflição e pequenas pausas extremamente necessárias para respirar.

Aqui, são utilizados pouquíssimos sustos utilizando o recurso das bonecas bonecas assustadoras (o tema está em voga desde o filme Anabelle, de 2014), do sobrenatural, do ser humano e da loucura. Tudo isto muito bem elaborado e sem causar confusão aos espectadores mais atentos. A regra é clara: não pisque para não perder nada.

De uma certa forma, podemos dizer que temos duas histórias diferentes dentro de um mesmo filme. Reviravoltas fantásticas se mostrarão claras diante dos seus olhos, lembre-se, nada é o que parece e quando você acha que já desvendou a trama toda, vem mais um plot twist. Tudo isto contando com a espetacular atuação de Crystal Reed (da série de televisão Gotham) e um final muito bem amarrado e pertinente.