Missão Resgate

Liam Neeson já pode ser considerado uma entidade dos filmes de ação. Vou ainda mais longe e dizer que seu nome já poderia estampar o nome de um subgênero desses tipos de filme. Consigo imaginar perfeitamente alguém dizer que vai ver um “Liam Neeson” e você entender do que ele está falando. Ele se especializou nesse tipo de produção barata com uma história simples e com algumas cenas de tirar o fôlego (esse último nem sempre). Missão Resgate não se distancia disso e o que temos aqui é mais uma obra mais do mesmo.

Sinopse: “Após o desmoronamento de uma mina de diamantes, Mike McCann, um experiente motorista de caminhão, é recrutado por Jim Goldenrod para liderar uma missão de resgate. Ele e sua equipe têm apenas 30 horas para transportar uma enorme carga sobre rios congelados e tentar salvar a vida dos mineradores soterrados.”

É muito provável que a diversão esteja garantida ao vê-lo. Sendo ele descrito como mais do mesmo, acaba sendo o que o público realmente quer ver. Particularmente, eu consegui me divertir, mas não posso fechar os olhos para tudo o que eu vi e infelizmente são muitas coisas que eu tenho para falar mal dele. Desde atuação e direção até o roteiro que é tudo um mero motivo para vermos enormes caminhões percorrendo intermináveis estradas de gelo.

A direção e o roteiro são de responsabilidades de Jonathan Hensleighque também já escreveu o filme Armageddon (1998) e o Justiceiro (2004). Olha, não há um jeito brando de falar isso, mas sua função de diretor é terrível. As cenas de luta são confusas a ponto de você não entender nada do que está acontecendo, sem contar o uso de CGI exagerado nas cenas de ação com os caminhões. Esses “defeitos” visuais ficam muito latentes na tela.

E o roteiro? Na busca de criar um filme com altas cenas de ação com um fim interminável de problemas acabou me fazendo rir porque fiquei com aquele sentimento de “não é possível”. Tiveram tantos problemas no caminho que se tornaria inviável chegar a tempo de salvar as pessoas presas na caverna. A alternância mostrando as cenas de ação com as pessoas morrendo sem ar na caverna aumentam a tensão do longa, mas em determinado ponto se torna risível, pois pelo jeito que ele foi montado era para todo mundo ter morrido lá dentro.

Também é criada uma subtrama com as pessoas presas na caverna. Tem pouco ar para muita gente. Um dilema é criado entre esses homens presos. Daria para ter uma discussão sobre o assunto, mesmo sabendo qual seria a opção mais humana a ser tomada. A tensão aumenta, vai acontecer algo e … nada acontece. O assunto morre e está tudo bem. Sem contar o final que é típico de Scooby Doo e me fez dar uma gargalhada tímida. Já falei de tantos problemas que nem vou mencionar a fundo as atuações. Tem uma morte que é tão ridícula que eu fiquei constrangido pelo o ator. Além do mal uso doLaurence Fishburne (Matrix)na história. Eu queria comentar muito sobre algo, mas seria spoiler. Deixa para a próxima.

Posso dizer que ele irá fazer um grande sucesso nas sessões do Domingo Maior. É um filme ruim que acaba divertindo no final das contas. Talvez tenha me conquistado de um modo que não fosse a real intenção, mas foi o jeito que me cativou. Recomendo ele somente para os fãs desse tipo de filme. Capaz de ninguém notar essas falhas que eu mencionei. Feliz seria essa pessoa que tem apenas os olhos voltados para o entretenimento pipoca.

Missão Resgate estreia nos cinemas em 02 de dezembro.