Má Educação

A resenha de hoje não foi um grande sucesso de cinema e não foi um filme que caiu na boca a boca do público, mas é uma obra que merece ser vista. Não costumamos dar muito valor a filmes que saem direto para a televisão. Esse é um hábito que pretendo mudar. “Má Educação” é estrelado por Hugh Jackman (Logan) e Allison Janney (Histórias Cruzadas) que teve sua estreia em terras brasileiras em abril desse ano exclusivamente na HBO. Vencedor do Emmy de Melhor Filme Para a TV desse ano, ele nos mostra a história da maior fraude escolar da história dos EUA, ocorrida em 2002.

Sinopse: “Má Educação se passa em Long Island, 2002. Frank Tassone (Hugh Jackman) trabalha como superintendente de um colégio, gozando de imenso prestígio junto aos professores, pais e alunos. Um dia, ao ser entrevistado pela adolescente Rachel (Geraldine Viswanathan) para o jornal do colégio, ele a incentiva a sempre inserir sua assinatura própria em qualquer matéria que faça, por menor que seja. Inspirada pela conversa, ela resolve investigar uma custosa empreitada que está prestes a acontecer, o projeto Skywalk, e acaba descobrindo uma série de fraudes na contabilidade da escola feitas pelo próprio Frank.”

De cara, somos apresentados a Frank Tassone, um esforçado superintendente de um colégio que conseguiu ficar em 4º lugar no país com o alto rendimento escolar dos alunos. Extraindo sempre o melhor de cada jovem para que possam ingressar em faculdades grandes e com isso aumentar o seu prestígio, ajudando até mesmo a alavancar e valorizar os móveis imobiliários próximos às escolas. Mas e quando você descobre que esse mesmo homem está no meio de um escândalo por uma fraude gigantesca? Temos um dilema ético e moral. Só consigo pensar que aqui no Brasil, não daria em nada, mas nos Estados Unidos isso tem consequências bem sérias.

A história é muito bem conduzida sem entendermos direito o que está acontecendo. Quando acontece, já estamos preparados e nos sentimos envergonhados por gostar de Frank no final. Essa responsabilidade é de Hugh Jackman que está ótimo no papel e consegue passar toda essa empatia para o público e faz com que a gente se sinta mal, pois ele nos enganou também. Tão bom que foi indicado ao Emmy 2020 como Melhor Ator em Minissérie ou Filme Para a TV. Allison Janney também brilha, com um papel um pouco menor, mas tão importante quanto o personagem de Frank Tassone.

Indicado para você que gosta de um bom filme. Ele não é grandioso, e me pareceu ter sido uma produção bem barata, mas que tem o seu brilho nos atores. Todos muito bons e convincentes em seus determinados papéis. Posso dizer sem medo que Hugh Jackman está no seu auge aqui e não seria nenhum exagero dizer que essa foi sua melhor atuação. Acredito que não se decepcionará com essa incrível história.