Fratura

Deveria existir um nome para o gênero de filme do qual ninguém acredita na história do mocinho. Geralmente é classificado como suspense ou thriller, mas poderia ter algo mais específico devido a sua vasta quantidade de títulos com esse mote. “Fratura” começa justamente desse enredo, e nos faz duvidar da nossa própria sanidade para sabermos o que está acontecendo de verdade. Me achei esperto, mas souberam me ludibriar.

Sinopse: “Dirigindo pelo país, Ray (Sam Worthington), sua esposa e filha param em uma área de descanso da estrada, onde a filha cai e quebra o braço. Depois de uma corrida frenética para o hospital e um confronto com a enfermeira, Ray finalmente consegue ser atendido. Enquanto a esposa e a filha descem para uma ressonância magnética, Ray, exausto, desmaia em uma cadeira no saguão. Ao acordar, eles descobrem que não têm nenhum registro no hospital, como se nunca tivessem passado por lá.”

Toda vez que vou ver um filme que tenha algum mistério, encaro como um dever meu tentar desvendá-lo. Nesse aqui, me senti pedante ao achar que tinha descoberto tudo com 10 minutos de filme. Assim como adoro descobrir, também gosto de ser enganado pelo roteiro, e adivinhem, fui enganado. Conseguiram me deixar confuso como o protagonista e já não sabia mais o que era verdade ou não. Pontos para o roteiro. Ele está longe de ser genial, mas me entreteve ao não dar uma resposta simples e na cara. Nossa cabeça será torcida até o seu verdadeiro desfecho.

Gostei de todo o seu desenrolar psicológico e também gostei do seu final, que para mim não foi óbvio. Agora, eu não consigo engolir o Sam Worthington (Avatar) como protagonista. Não gosto dele como ator. Pode ser um exagero da minha parte ou até mesmo um ranço que nunca tinha percebido até agora. Ele também faz sempre o mesmo tipo de papel, desse cara que está sempre no limite e que vai até as últimas consequências. É uma pena que ele seja o protagonista, enquanto Lily Rabe (American Horror Story), que acho fantástica, tenha tido tão pouco tempo de tela.

Em meio a tantas reviravoltas, nossas teorias vão por água a baixo e logo depois voltam mais reforçadas do que nunca até não serem nada demais, até serem. A última frase pode ter ficado confusa, mas é justamente como me senti. Resumindo tudo, é um bom filme que vai te deixar interessado pelo desfecho. Mesmo que ele não te agrade totalmente, se sentirá recompensado por saber o que de fato aconteceu.