Lucy In The Sky: Uma Lágrima Na Imensidão

‘Lucy In The Sky: Uma Lágrima Na Imensidão’ é um filme baseado em um evento real. Pelo menos é isso que é dito em seu início. Na verdade, ele é apenas baseado em um argumento vivido pelo astronauta Michael Collins, piloto da Apollo 11. Enquanto seus companheiros de tripulação desciam à Lua, Collins ficou sozinho na nave e resolveu se aventurar sozinho pela órbita lunar. Historiadores descreveram o momento dizendo que desde Adão, ninguém sentiu tanta solidão por tanto tempo quanto ele. Embora o astronauta tenha dito que nunca se sentiu só, pois tinha os seus companheiros por perto e por ter Houston nos ouvidos, esse fato foi o ponta pé para esse filme.

Sinopse: “Depois de participar de uma missão da NASA, a famosa astronauta Lucy Cola se sente muito pequena na Terra diante da imensidão do espaço. Logo, se envolve em um triângulo amoroso imprudente que ameaça sua carreira e sanidade.”

O argumento é realmente interessante e tenta mostrar a experiência de uma astronauta que passa exatamente por essa experiência. Cá entre nós, deve ser algo incrível e único, e que deve realmente mudar nossa percepção sobre o que pensamos e como nossa vida é insignificante perante o tamanho do universo. Estarmos aqui, vivos, é algo impressionante que nunca damos o valor necessário, a não ser por experiências de quase morte ou dificuldades extremas durante nossa vida.

Ele tenta ter esse viés filosófico e se ficasse nisso poderia ser mais interessante, embora pudesse cair em uma narrativa tediosa. Infelizmente, o que vemos é transformar a vida de uma mulher amplamente competente e responsável em uma pessoa psicopata e obcecada só para poder voltar ao espaço. Fica difícil acreditar que uma pessoa desse calibre, leve sua sobrinha para situações criminais apenas por não aceitar a verdade dita por seus superiores e por ter se apaixonado por uma pessoa que sempre foi clara sobre o que estava acontecendo.

Não há dúvidas de que Natalie Portman (Cisne Negro) é uma excelente atriz, mas acredito que esse tenha sido um dos piores papéis de sua carreira. Não por ela, mas pela personagem em si. Acredito que ela tenha realmente feito o seu melhor, mas não achei a protagonista crível. A direção é de Noah Hawley (dirigiu alguns episódios de Fargo) e achei extremamente lenta e que te leva para um lugar que não estávamos esperando devido ao seu tema. Particularmente, não gostei. O elenco principal é completado por John Hamm (Mad Man) que faz o seu feijão com arroz, Zazie Beetz (Deadpool) que não tem muito destaque, e por Dan Stevens (A Bela e a Fera) que acho um ator maravilhoso, mas que é muito subestimado por aí.

No geral, achei um longa que tem uma boa ideia, mas que se perde completamente em sua execução. Não é o melhor trabalho dos atores envolvidos e se torna algo bem esquecível. Tipo de projeto que você quer apagar do seu currículo. Não o recomento muito. Talvez a única coisa que salva é a parte filosófica que realmente nos faz pensar e mensurar o que representamos. É um tipo de pensamento que se formos longe, é capaz de nos fazer enlouquecer de tão imenso que é o universo onde vivemos.