‘Licorice Pizza’ é o mais novo filme do diretor Paul Thomas Anderson e que chega como um dos grandes queridinhos da temporada. Foi indicado a 3 Oscars: Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro Original. Ele possui uma grande aura de filme adolescente ao mesmo tempo em que ele tenta passar algo muito maduro. Ele me dividiu. Achei o seu desenvolvimento muito bom, mas não consegui comprar certos pontos da narrativa e ele também não conversou comigo. Detalharei tudo isso a seguir.

Sinopse: “Licorice Pizza é a história de Alana Kane e Gary Valentine crescendo e se apaixonando no Vale de San Fernando, em 1973. O filme acompanha a complexidade traiçoeira do primeiro amor.”

Acabou o longa e eu não entendi o porque desse nome: Licorice Pizza. Ele não é citado em nenhum momento durante a projeção e fiquei pensativo sobre isso. Fui atrás e descobri que esse é um nome que davam para o vinil, ou como era chamado também, LPs. O seu formato oval parecido com uma pizza também foi relevante nessa escolha. Esse nome também foi usado no nome de uma grande cadeia de loja de vinis na California entre 1969 e 1986.

Ou seja, o título dele nos remete a uma época muito querida pelos adolescentes californianos. Paul Thomas Anderson nasceu na California e muito provavelmente vivenciou esse momento. Dá para sentir o cheiro de nostalgia e de um projeto muito pessoal. Esse é um ponto do qual não me pegou, pois não me identifiquei. Mesmo que isso seja apenas um pano de fundo para a história principal, acredito que faltou um momento para nos situar. Faz parecer que todo mundo que fosse ver entenderia perfeitamente o contexto mosrtrado.

A história principal em si é uma história de amor básica. Um menino de 15 anos que se apaixona por uma menina mais velha, no caso 25 anos. Nisso reside um outro problema para mim, pois eles se conhecem e fica claro que o amor entre os dois seria no mínimo estranho. Fica óbvio que o tempo dentro da história passa, mas não diz exatamente quanto tempo e quando os dois realmente resolvem ficar juntos soa tudo muito errado, pois nos dá aquela sensação de pedofilia.

Além disso, ainda tem o fato de que nosso protagonista é um gênio. Até aí tudo bem, mas vê-lo sendo um empresário de respeito nessa idade não tendo nenhum respaldo dos pais também fica estranho. Toda essa leitura dá a impressão de que detestei tudo o que eu vi. Muito pelo contrário, eu gostei dele, mas esses problemas para mim foram tão gritantes que eu precisava falar sobre eles.

Paul Thomas Anderson (Sangue Negro) além de dirigir também escreve o roteiro. Posso dizer tranquilamente que ele é muito bom no que faz. Não sou exatamente um grande fã dele, mas gosto da maioria de seus filmes. A escolha dele para o casal de atores principais também é um ponto cheio: Cooper Hoffman e Alana Haim.

Cooper Hoffman faz sua estreia aqui e manda muito bem já em seu primeiro trabalho. Para quem não sabe, ele é filho do grande ator Phillip Seymor Hoffman que faleceu em 2014 e que era um grande monstro da atuação. A sua parceria com o diretor também era bem latente tendo os dois trabalhados juntos em pelo menos 5 filmes. Entre eles Magnolia (1999), Embriagado de Amor (2002) e O Mestre (2012). Achei interessante demais a escolha do rapaz, pois mantém viva o sangue da família junto com as obras do diretor.

Hoffman é bom, mas quem brilha mesmo é a Alana Haim em seu primeiro papel nos cinemas. Ela faz parte do grupo pop Haim que conta com suas duas irmãs. Não por acaso elas também estão no filme como suas irmãs. Não bastando isso até seus pais também aparecem por aqui. Toda a família junta e unida. Paul Thomas Anderson também já foi responsável por vários clipes musicais do grupo e dá para ver sua marca em todos eles. Para quem não conhece, fica a recomendação para assisti-los.

Resumindo tudo o que eu falei posso dizer que ele é um bom filme, com ótimas atuações, mas que é apenas isso mesmo. Não o achei incrível, mas ele consegue nos dar aquele quentinho no coração. Mesmo que isso nos incomode um pouco no final.

‘Licorice Pizza’ estreia nos cinemas em 17 de fevereiro.