King’s Man: A Origem

A franquia Kingsman é muito maluca no geral. O primeiro, Kingsman: Serviço Secretode 2014 é maluco, mas muito bom e tem uma das melhores cenas de ação da década. O segundo, Kingsman: O Círculo Dourado de 2017 extrapola na maluquice e se torna uma das piores coisas vistas por mim nos últimos tempos. Agora, com King’s Man: A Origem, resolveram deixar a franquia mais “pé no chão”, usando fatos reais com uma trama mais realista e o resultado para mim foi bem satisfatório.

Sinopse: “Quando os criminosos mais cruéis da história se reúnem para tramar uma guerra para roubar milhões, um homem deve correr contra o tempo para detê-los. Descubra as raízes da primeira agência de inteligência independente em The King’s Man”.

Fui vê-lo completamente sem expectativa nenhuma. Fui esperando algo realmente esquecível e me deparei com uma aventura bem divertida. Acima, eu disse que ele é mais pé no chão. Falei no sentido de usar a história real como pano de fundo e o fato de que os vilões não são uns megalomaníacos completamente inverossímeis que vimos nos longas anteriores. Não se engane, a loucura e o absurdo ainda estão aqui, mas em um nível muito mais crível e aceitável.

Achei os vilões muito bons. São personagens da vida real como Rasputin, Mata Hari e Gavrilo Princip, entre outros. Esse último foi o assassino do Francisco Ferdinando, um herdeiro do Império Austro-Húngaro, cujo a sua morte foi o pontapé para a 1º Guerra Mundial. Lógico que todos eles possuem aquele ar de mega vilão dos quadrinhos e que dá esse ar ficcional a trama. O Rhys Ifans (O Espetacular Homem-Aranha) como Rasputin está maravilhoso e a cena de luta com ele é uma das melhores coisas que temos no longa inteiro.

Outro ponto positivo são as próprias cenas de ação. Todas são muito bem coreografadas e muito bem filmadas. Tudo com muita fluidez nos movimentos sem sentirmos aqueles cortes abruptos que não nos fazem entender nada. A luta contra Rasputin é excelente, como a luta silenciosa nas trincheiras e todo o seu clímax são realmente bem satisfatórias. Eu que ando reclamando tanto disso ultimamente e ver algo realmente bom me deixa de bom humor.

Posso estar esquecendo de algum, mas acredito que esse seja o melhor filme de origem que já vi. Ela não me pareceu forçada e não fica o tempo todo se referenciando. Temos a origem dos nomes dos Cavaleiros do Rei Arthur, entendemos porque uma alfaiataria virou o quartel general da agência e entendemos o porque ela foi criada. Por um longo momento eu tinha esquecido que era uma história de origem e considero isso um grande ponto positivo.

Ele não será a melhor coisa que você viu esse ano, mas provavelmente será algo divertido. O famoso filme pipoca. Só não digo que ele será um sucesso durante as tardes da TV aberta porque temos algumas cenas bem violentas, por mais que não tenhamos sangue banhando a tela. Nada que o incrível editor das sessões da tarde da vida não resolva. Gosto de ser surpreendido dessa forma, ainda mais que estava com a expectativa no chão. É possível que esse grupo de personagens tenha uma continuação porque o gancho foi deixado em uma cena no meio dos créditos. Já digo que comprei a ideia e que quero ver mais.