Infiltrado

Guy Ritchie é um daqueles diretores que sentimos que tem um diferencial. Mesmo que seu filme não seja tão bom quanto gostaríamos, ainda assim ele mostra algo interessante ali. Entre os meus favoritos do diretor temos Jogos Trapaças e Dois Canos Fumegantes (1998), Snatch: Porcos e Diamantes (2000) e Aladdin (2019). Esse último ninguém diria que também é dele, o estilo é muito diferente, mas é um ótimo filme como os outros citados. Não acho que Infiltrado traga o melhor do diretor, mas dá para reconhecer sua assinatura e o resultado é uma obra divertida que faltou um grande clímax.

Sinopse: “Harry, conhecido apenas como H, é um homem misterioso que trabalha para uma empresa de carros-fortes e movimenta grandes quantias de dinheiro pela cidade de Los Angeles. Quando, ao impedir um assalto, ele surpreende a todos com suas habilidades de combate, suas verdadeiras intenções começam a ser questionadas e um plano maior é revelado.”

Os filmes de “vingança” acabam sendo um subgênero dos filmes de ação. Todo mundo já viu um e quando você vê um, praticamente já viu todos, pois a história é quase a mesma sempre. O grande diferencial de um pro outro é a forma como esse desejo é alcançado e como essa catarse final será liberada a ponto da gente vibrar quando o mocinho mata o grande vilão da história. Infiltrado não é tão diferente dos outros, mas ele tem umas diferenças que se sobressaem.

A direção e a edição são esse diferencial. A forma como ele é montado é bastante dinâmico e instigador. A história é contada através de capítulos bem pontuais que nos fazem entender as coisas por cada ponto de vista dos envolvidos. Presente e passado se mesclam de uma forma que aos poucos vamos ligando os pontos e entendendo a motivação de nosso protagonista vivido pelo Jason Statham (Adrenalina). Isso tudo somado a direção que tem umas ideias de câmera bem excelentes elevam o nível do longa.

O ponto negativo que posso citar é o seu clímax. Como falei antes, em filmes desse gênero nós somos levados a sentir raiva a ponto de que no final tenhamos uma grande catarse satisfatória com a eliminação do grande vilão, mas aqui faltou essa emoção. Temos a vingança, ela acontece (de um modo até mesmo poético), mas não foi o suficiente para me sentir vingado junto com o protagonista. Ela vem, acontece e é isso. Essa construção falhou e era para ter sido o melhor momento, pois estamos esperando isso desde o início.

Ele é uma boa obra desse subgênero. Vai divertir e empolgar em diversos momentos. Indico ele para os fãs desse tipo de filme. Não tem como não se esbaldar no terceiro ato onde ocorre um tiroteio daqueles de deixar a gente de boca aberta. É tanto tiro que vai fazer você tentar se esconder em algum lugar mesmo sabendo que isso é só um filme. Exageros a parte, esse é o clima em que ficamos ao assisti-lo. Para quem não curte nada desse tipo é só passar longe.