Fences – Um Limite Entre Nós

Assistir um filme e sentir que está no teatro é com certeza uma experiência maravilhosa e que nos é proporcionada em “Um Limite Entre Nós” (Fences), um longa-metragem dirigido e estrelado por Denzel Washington.

 

Em “Um Limite Entre Nós”, embora o enredo gire em torno de Troy (Denzel Washington), um pai de família da década de 50, ex-presidiário e ex-jogador – quase profissional- de baseball frustrado, quem rouba a cena é sua esposa Rose (Viola Davis). Rose é, como ela mesma diz, tudo que acredita-se que uma esposa deve ser. Uma mulher forte com o típico coração de mãe.

 

Os diálogos todos se passam de forma teatralizada, inclusive o “palco” fica praticamente a cargo de um único cenário, a propriedade de Troy e Rose, por dentro da cerca que ainda não foi totalmente construída.

 

Há muitos simbolismos no filme, espero que todos os espectadores possam entender. Desde o que as “cercas” significam para ele e para ela (significados diferentes para cada um dos dois), passando por mostrar um céu sempre cheio de nuvens, escuro como a vida dos personagens, até a ideia do quanto os pais podem moldar o caráter dos filhos, sendo eles exemplo a serem seguidos ou evitados.

 

Há uma grande luta por parte de Troy contra a idade e contra a morte, já seus filhos, tanto Cory (Jovan Adepo), quanto Lyons ( protagonizado por Russell Hornsbyda série “Grimm”) filho de um relacionamento anterior, lutam contra a tirania e falta de aprovação do pai.

 

O elenco é composto por apenas sete personagens, apesar de outros serem mencionados, o que funciona perfeitamente.

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As três vitórias de Viola – incluindo Oscar de melhor atriz coadjuvante-, foram mais do que merecidas, a atriz já havia mostrado seu talento em “Histórias Cruzadas” (filme indicado ao Oscar em 2011) e na série de TV “How to get away with muder”, mas com a direção de Denzel Washington e falas do roteirista August Wilson (também escritor da peça homônima que deu origem ao filme), teve sua verdadeira chance de brilhar. Muito obrigada, academia, por dar o prêmio a Viola.