Doutor Estranho no Multiverso da Loucura

A essa altura do campeonato uma boa parte das pessoas que lerão esse texto provavelmente já terão visto esse filme. Pensando dessa forma vou falar mais abertamente podendo conter spoilers no caminho. ‘Doutor Estranho no Multiverso da Loucura’ chegou para escancarar as fronteiras do Multiverso. Se no Universo Marvel esse assunto já havia sido pincelado em WandavisionLoki e até mesmo Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, aqui, ele chega com toda a força possível nos dando uma infinidade de possibilidades para o futuro.

Sinopse: “O aguardado filme trata da jornada do Doutor Estranho rumo ao desconhecido. Além de receber ajuda de novos aliados místicos e outros já conhecidos do público, o personagem atravessa as realidades alternativas incompreensíveis e perigosas do Multiverso para enfrentar um novo e misterioso adversário.”

De cara, posso dizer que não é um filme perfeito. O roteiro deixa muito a desejar e muitas situações acabam sendo bobas e sem sentido, vide a participação dos Iluminatis  que foram meros peões para deixar o publico feliz. Não posso negar que também fui envolvido por essa aura de felicidade nesse momento, mas falando objetivamente, não serviu para muita coisa. Tirando esse detalhe, é impossível negar que é um longa episódico bem divertido. Fui vê-lo já sabendo de seus defeitos, e com a expectativa baixa consegui me divertir mais do que estava esperando.

Poderia dizer enfaticamente que o que salva ele é justamente a direção maravilhosa de Sam Raimi, que também dirigiu a trilogia do Homem-Aranha com o Tobey Maguire. A sua assinatura de terror está ali e isso eleva demais a cinematografia. Sabemos que estamos falando de um filme Marvel, que é para toda a família, mas os elementos de terror estão ali. Não apenas isso, os ângulos de câmera junto com alguns takes perfeitos não deixam essa obra perdurar entre as piores da Casa das ideias.

Muito antes do longa começar a ser produzido já diziam que a nossa querida Wanda, protagonista de Wandavision, seria a grande vilã. Não levei isso muito a sério. Pensei que seria mais ou menos como nos quadrinhos quando os heróis sempre se bicam antes de se unirem e derrotarem o verdadeiro vilão. Para a minha surpresa ela realmente é a grande vilã e ela mata muita gente, inclusive personagens queridos. A pequena redenção no final não foi o suficiente para limpar a barra dela. Ela vai ter que fazer infinitos serviços comunitários para ser perdoada pelas coisas que fez. Aparentemente ela morreu, mas se não tem corpo, não tem morte.

Gostei da ideia de que os nossos sonhos na verdade são as nossas contrapartes em outros universos. Isso me fez viajar bastante em pensamentos e fiquei imaginando como seria legal se isso fosse real. Muitos sonhos meus fariam sentido nesse contexto. O Multiverso em si foi bem pouco explorado. Vimos poucas variações por aí e gostaria de ver mais surtação maior nesse sentido. Ver mundos insanos e outros que poderíamos muito bem viver normalmente neles.

‘Doutor Estranho no Multiverso da Loucura’possui diversos defeitos, está longe de ser um dos melhores do Universo Marvel, mas ainda assim ele é divertido. Vê-lo sem esperar muito ajuda bastante no seu resultado final. Posso dizer que ele é bem padrão no que se refere a Marvel, mesmo que tenha elementos de terror que elevam a percepção de tudo que acabamos vendo. O fan service agrada aos fãs, mas acaba sendo sem propósito para a trama. Poderia ter sido melhor desenvolvido, mas tudo bem.