Bridgerton

Bridgerton é uma série da Netflix com produção da toda poderosa Shonda Rhimes baseada na série de livros Os Bridgertons escrito por Julia Quinn. A série literária possui 9 livros, cada livro centrado em um dos membros da família e mais dois livros de contos escritos por outros autores. Posso adiantar que estamos diante de uma história clássica de amor com muito drama, paixão, fofocas e com direito a um final digno de um ótimo conto de fadas. Lembra demais aqueles romances clássicos antigos mas sem parecer brega. Quer dizer, é até brega, mas não é comprometida por isso.

 

Nessa primeira temporada acompanhamos a Daphne, a filha que chegou no momento de debutar. Eu não sei realmente era assim, mas achei muito curioso essa tradição. Você apresenta sua filha a rainha e dependendo da reação dela, surgirá muitos pretendentes para casar. Daphne é elogiada, definida como um verdadeiro diamante, mas ninguém é apto para ela até que chega o Duque de Hastings. O casal que se odeia no início mas que logo se apaixonam trazendo alguns dilemas que poderia ser resolvidos com uma boa conversa.

Apesar da protagonista nessa temporada ser a Daphne, os irmãos também têm espaço, mesmo que reduzido. Se a série adotar os livros, cada temporada será centrada em um dos irmãos. Isso seria interessante e eu ficaria feliz em ver. Além da família, temos uma personagem secreta chamada Lady Whistledown, ninguém sabe quem é, mas ela sabe de todas as fofocas da temporada dos bailes. O seu poder pode prejudicar ou colocar lá para cima dependendo do que chega até seus ouvidos. Esse era um mistério que poderia continuar por muito mais tempo e que não gostei de ter sido tão logo revelado. A revelação ainda por cima nem foi tão legal e me soou até absurda. Esse é o maior ponto fraco na série até aqui. Isso me lembra muito Gossip Girl.

A série como um todo é muito bonita. Direção, fotografia, direção de arte, figurino, tudo um espetáculo. Ela parece um quadro vivo de tão linda que é esteticamente. Ela beira a perfeição em todos esses quesitos técnicos e elevam a qualidade da produção lá para cima. Tudo isso juntando com a história que é simples, mas cativante, nos leva a uma das melhores coisas feitas para a TV nos últimos tempos. Certamente não agradará a todos, mas é o tipo de série que deixa um quentinho no coração.

Quero comentar também duas curiosidades que notei na série. A primeira é o uso de músicas atuais repaginadas para músicas da época. Ficou perfeito e para um desavisado passa completamente despercebido. A segunda é a inclusão étnica de atores negros e asiáticos que para uma Inglaterra no início do século XVIII soaria inverossímil mas que na série foi simplesmente orgânico. Esse detalhe não atrapalhou em nada e achei genial essa ideia. Espero que futuramente essas coisas sejam normais a ponto de ninguém notar e que não seja digna de nota por ser algo normal.

Gostei demais e desde já vou ficar esperando a 2º temporada que já foi confirmada. Como falei, não é uma série para todos. Se não gostar do gênero romance, passe longe, se gostar vai ser prato feito e garanto que muitos suspiros serão dados. Seja pelo romance, seja para as cenas mais quentes do casal principal.