Bebê Rena
“Bebê Rena” mal havia chegado ao streaming e já virava fenômeno mundial. Chocando e impactando os espectadores, causando muito burburinho e investigações online. Mas a que se deve esse fenômeno midiático tão grande, uma vez que envolve uma premissa simples e velha conhecida do público?
Inspirado em uma história real, essa minissérie da Netflix conta a história de Donny (Richard Gadd), um bartender aspirante a comediante que ao ser gentil com uma mulher um pouco estranha chamada Martha (Jessica Gunning) acaba sendo perseguido por ela. O nome pouco comum dessa produção vem do apelido carinhoso que a stalker chama sua presa.
Inicialmente, o que mais chama atenção em toda a narrativa é a sua visão unilateral, não há em nenhum momento qualquer tipo de retórica, uma vez que os acontecimentos são contados de forma romanceada pelo homem que as viveu. O mais esdrúxulo seria talvez, que o narrador onisciente é também o roteirista da própria história, e também, o ator que interpreta a si mesmo, tal qual aconteceu com Kumail Nanjiani no indicado ao Oscar, “Doentes de Amor” (2017).
Ao longo de 7 episódios, o espectador é levado ao estranho mundo daquelas pessoas. Onde muitas vezes a vítima mostra ter comportamentos mais bizarros que sua stalker. O tempo todo nos é dito que Donny é uma pessoa extremamente perdida, cheia de conflitos pessoais envolvendo autoestima, sexualidade mal resolvida, envolvimento com drogas e uma busca obsessiva pela fama. Muitas vezes ele incentiva o comportamento doentio e obsessivo de sua perseguidora, lhe aceitando em sua vida várias vezes.
Não demorou muito até que os internautas encontrassem Martha da vida real, basta vasculhar um pouco. Independente da veracidade dos pontos narrados, o que chama mais atenção é o comportamento doente de quase todos os personagens. Vale maratonar a série rápida e tirar suas próprias conclusões.