O filme se passa em três momentos. Susan (Amy Adams) é uma negociante de arte responsável por exposições dos mais variados tipos, mas nem sempre foi assim. Há pouco mais de 20 anos, ela era aspirante a artista casada com o aspirante a escritor Edward (Jake Gylenhaal). Dezenove anos depois de não terem mais nenhum contato, Susan recebe um livro do ex-marido dedicado à ela com o título de “Animais Noturnos” (apelido que ele dava à ela na época em que estavam juntos por ela ter insônia). O enredo das páginas é sobre uma violência sofrida por uma família, onde uma das personagens é inspirada nela e a outra nele. Susan passa então a sentir-se cada vez mais atormentada ao ler e pensar nos rumos que sua vida tomou.

Os três momentos em que se passam o filme são tempos atuais onde Susan é casada com Hutton Morrow, o enredo do livro que é mostrado a nós telespectadores e uns 20 anos antes quando Susan e Edward estavam juntos.

Pontos altos deste longa de Tom Ford (sim, o estilista) são a atuação de Michael Shannon (O Homem de Gelo), como já era de se esperar; uma determinada conversa que Susan tem com a mãe – interpretada por Laura Linney – , onde filha diz a mãe que irá se casar com Edward e tem como resposta de uma mãe esnobe e preconceituosa, que esta relação não irá durar pois não há como viver de sonhos, que uma hora ela irá querer conforto , que ele é fraco e que um dia elas duas serão iguais. O mais interessante dessa cena é que vemos a “profecia” se concretizar.

Este maravilhoso filme nos faz pensar sobre arrependimento, sobre o tempo nos distanciar de quem éramos essencialmente, e sobre como a forma como tratamos as pessoas volta para nos assombrar.

Pontos baixos ? Para mim só existe um, embora não seja dito, somos levados à acreditar que a personagem de Amy Adams beira os 50 anos, porém, embora a atriz tenha 41 anos, ela tem aparência bem mais jovem, logo, acredito que foi uma grande falha não “envelhecerem” mais a atriz nos momentos em que ela seria mais velha, pois quando ela é mostrada com seus vinte e poucos anos, ai sim, parece bem real.

Achei um dos melhores do ano, junto com “A Chegada” também com Adams como protagonista. Se eu fosse você ia conferir, só não confunda “Animais Noturnos” com “Animais Fantásticos”.