Aladdin (2019)

Eu sempre guardei as animações da Disney em um lugar no meu coração, mas nunca fui aquele fã apaixonado que espera saber cantar todas as músicas, que sabe as falas de personagem e que chora quando revê. Aladdin entra justamente nesse cantinho do coração, vi quando era mais jovem, lembro de ter adorado, mas foi só isso. Não virei um aficionado por esse mundo e nem nada. Após 27 anos da animação original temos enfim, a obra em live action. E já vou avisar desde agora, se você for um pouco fã saiba que vai se emocionar e chorar facilmente aqui, pois eu quase cheguei a esse nível na sala de cinema.

Sinopse: “Um jovem humilde descobre uma lâmpada mágica, com um gênio que pode lhe conceder desejos. Agora o rapaz quer conquistar a moça por quem se apaixonou, mas o que ele não sabe é que a jovem é uma princesa que está prestes a se noivar. Agora, com a ajuda do gênio, ele tenta se passar por um príncipe para conquistar o amor da moça e a confiança de seu pai.”

O filme é simplesmente maravilhoso. Todas as desconfianças que eu tinha ao ver trailer se desfizeram imediatamente ao escutar “Arabias Nights”. Sim, é um musical, caso esteja se perguntando isso. Não cantado o tempo todo, mas têm diversos números musicais. Têm sequências incríveis, incluindo as canções “Friend Like Me” (quando o gênio explica seus poderes) e “A Whole New World” (clássica cena do casal em cima do tapete voador), mas a melhor de longe é “Prince Ali” (onde Aladdin é apresentado como um príncipe de um país distante). É impossível ver essa cena e não se empolgar em querer sair dançando pela sala de cinema feliz e sem sentir vergonha dessa escolha (queria que minha vida fosse um musical). Eu percebi também que as músicas ganharam muita força com a orquestra, todas ficaram bem poderosas.

Quando eu soube que Guy Richie (Sherlock Holmes) seria o diretor do longa, achei estranho, nada contra, só achei que não tem nada a ver com ele. Para minha surpresa ele faz um ótimo trabalho aqui. Podemos até ver algumas das suas marcas, principalmente na perseguição ao Aladdin no mercado. Em relação aos atores o maior destaque de longe é para Will Smith (Eu Sou A Lenda) que faz o papel do Gênio, que de longe é o personagem mais querido. A escolha foi mais do que acertada. A dose de humor é perfeita e nonsense algumas vezes. O personagem pede por isso, e quando junta tudo com o carisma de Will, pronto, temos um sucesso certo.

Mena Massoud (mais conhecido pela série Jack Ryan), que interpreta Aladdin e Naomi Scott (Power Rangers) que interpreta Jasmine também estão ótimos e conseguem levar o protagonismo sem nenhum problema. Apesar de Will Smith destruir, eles não são ofuscados e fazem seus papéis muito bem. Agora vem o meu único motivo de reclamação: Jafar. O personagem é vivido por Marwan Kenzari (Ben-Hur) e não acho que ele passa a aura do vilão megalomaníaco. Parte da culpa pode ser minha mesmo que sempre sonhei com Ben Kingsley (Gandhi) no papel, onde para mim seria a perfeição. Acho até que Abu (macaco) e Iago (papagaio) trabalham melhor.

Vi a versão legendada, mas acredito que seja muito bom ver a dublada também. Imagino que as músicas ainda estarão na mente de todos e voltar a infância será fácil após escutá-las. Acredito que eu ainda verei novamente por conta da dublagem. Para mim essa já é a melhor adaptação em live action que a Disney produziu de suas clássicas animações. Em julho, ainda teremos O Rei Leão, mas cada um no seu tempo. Se for fã de musicais e fã da animação original vá sem medo de ser feliz. Garanto que sairá do cinema muito feliz. Caso não seja fã de musicais, sinto dizer que sua vida é muito triste (tô brincando…ou não).