A Vastidão da Noite

Vocês lembram de uma série dos anos 80 chamada The Twilight Zone (Além da Imaginação)? Nela eram contadas várias histórias de ficção científica e terror em um episódio fechado sem continuação. Essa dos anos 80 já era a 2º versão, pois a primeira foi feita em 1959 e temos também uma nova versão de 2019, que conta com a presença de Jordan Peele (Corra!) apresentando os episódios. Disse isso tudo, pois essa foi a primeira coisa que me veio a cabeça ao ver A Vastidão da Noite. Um grande episódio da série em formato de longa. Me senti feliz de lembrar e o que vi aqui foi bastante empolgante para mim.

Sinopse: “No período da Guerra Fria, enquanto acontece a corrida espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética, dois adolescentes de uma cidadezinha americana são obcecados pelo rádio. Quando eles descobrem uma estranha frequência de ondas aéreas, suas vidas e o mundo inteiro podem estar prestes a mudar drasticamente.”

Assim que der play, não faça mais nada. Largue o celular, não converse coisas mundanas com ninguém e apenas foque no filme. O início já é ágil com muito falatório que a princípio pode parecer papo furado, mas que é importante para entendermos a dinâmica e como pensam os 2 protagonistas. Aos poucos ele vai ganhando seu ar de ficção científica não mostrando absolutamente nada, só nos fazendo imaginar o que está realmente acontecendo.

Esse filme é um grande exemplo de como fazer um ótimo filme com baixo orçamento, mas incrivelmente genial em suas escolhas narrativas e com seu posicionamento de câmera. A câmera parada para o protagonista por mais de 5 minutos com eles tentando entender junto com a gente o que está acontecendo é simples e brilhante. Assim como aquela tomada em plano sequência que mostra toda a cidade vazia, passando pelas ruas e chegando no jogo de basquete (onde estão todos os habitantes da cidade), e saindo de novo para rua é sensacional. Por incrível que pareça, o responsável por isso tudo é um estreante chamado Andrew Patterson. Um nome a ficar de olho daqui para frente.

Em nenhum momento eu senti medo, mas conheço gente que tem pavor desse assunto e é capaz de mexer com ela. Apesar de eu não ter tido esse sentimento, ele me pegou e fui ficando curioso junto com os protagonistas em busca do que está acontecendo de verdade. Mesmo que o clímax tenha sido simples, acredito que o objetivo tenha sido realizado. Muito bom ver um longa que chega assim do nada, sem repercussão, sem propaganda e que consegue nos surpreender positivamente.

Entenda, ele não é o melhor filme do mundo, mas se conseguir se conectar e conseguir a imersão, irá se divertir e curtir tanto quanto eu. RECOMENDO bastante e acredito que vê-lo com alguém seja uma experiência mais legal do que ver sozinho. Ele se encontra no catálogo do Prime Video e espero que goste