A Rota Selvagem

Mais de um ano após a sua estreia internacional nos cinemas, A Rota Selvagem finalmente chega às telas brasileiras. Estrelado pelo vencedor de Prêmio Marcello Mastroianni para Melhor Ator ou Atriz Jovem, Charlie Plummer, este filme, com direção de Andrew Haigh (45 Anos), mostra uma história simplista, mas emocionante, através do ponto de vista de um garoto de 15 anos vagando sozinho pelos Estados Unidos em busca de um lar para morar.

Sinopse: “Charley (Charlie Plummer) é um menino de 15 anos que vive com o pai solteiro, em Portland, no Oregon. Na procura pela tia desaparecida há muitos anos, Charley consegue um emprego de verão como treinador de cavalos e acaba fazendo amizade com um cavalo de corrida chamado Lean on Pete”.

Este filme é um daqueles que se constrói em cima da atuação. Se não tiver um ator convincente e bom, a história não vai para frente e perde muito o sentido. A escolha para o papel principal é importantíssima e aqui coube a Charlie Plummer, um novato que mostra logo a que veio. Ele consegue levar nas costas, embora tenham outros atores gabaritados no elenco como Steve Buscemi (Cães de aluguel), Chloe Sevigny (da série Big Love) e Travis Fimmel (da série Vikings), mas é Charlie que manda e domina todas as cenas.

Apesar de ter achado este filme bom e bem introspectivo, senti problemas de ritmo. Longe de ser dinâmico, podendo deixar o espectador com sono em algumas partes. Entendo que este tipo de filmagem tem uma razão: mostrar a passagem de tempo. No entanto, isto pode fazer as pessoas perderem o foco do que é mais importante: a amizade que Charley cria com a cavalo Lean on Pete. Ela é tocante. Sozinho no mundo, a amizade com um simples animal pode ser a coisa mais importante. Afinal, não existe amor mais sincero do que o existente entre um homem e o seu animal.

Quase como um roadie movie, este filme pode te tocar e, até mesmo, te emocionar durante a jornada pelo deserto americano. Conhecendo pessoas de boa e má índole que vão mudar sua vida para sempre. O importante é a jornada até a sua conclusão. O final em si é somente um detalhe.