A Pior Pessoa do Mundo

‘A Pior Pessoa do Mundo’ chegou recentemente aos nossos cinemas e já chegou com o rótulo de um dos melhores filmes do ano. Ele foi o escolhido pela Noruega para disputar o Oscar e só não venceu a categoria porque tinha ‘Drive My Car‘, filme japonês que papou todas as premiações que concorreu. Afinal, ele é tão bom assim mesmo? Ou será aquele exagero feito pela crítica emocionada? Acho que dizer que é o melhor do ano é muito forte, mas posso dizer que ele mexeu comigo e sim, se tornou memorável para mim.

Sinopse: Julie, que em breve fará 30 anos, não parece conseguir assentar. Quando pensa ter encontrado alguma estabilidade com Aksel, um escritor de sucesso de 45 anos, conhece o jovem e bonito Eivind. Um filme inteligente e emocionante sobre a busca de amor e sentido na vida de hoje, premiado no Festival de Cannes.”

Ele me pegou desde o seu início quando se apresenta como um filme dividido em um prólogo, um epílogo e 12 capítulos. Sei que esse detalhe é bobeira, mas posso dizer que me pegou. Talvez por ter um esqueleto como de um livro, onde as histórias são muito melhores contadas e descritas do que na mídia visual. Mas isso é apenas um detalhe e devo dizer que ele não me agradou de primeira. Foi preciso esperar terminá-lo para ter a sensação de que passei por uma história que permeará em minha memória por bastante tempo.

A história em si é muito simples. Acompanhamos a vida de uma mulher que não sabe ainda direito o que quer para a sua vida. Tanto profissionalmente quanto na vida pessoal. O título aparece no momento em que ela tem que tomar uma decisão para o bem dela. Essa é uma situação da qual todos já passamos. Com certeza já magoamos alguém em algum momento de nossas vidas e acabamos nos sentindo realmente a pior pessoa do mundo. Mesmo sabendo que essa decisão foi a melhor para todos, a culpa nos persegue por bastante tempo.

Tudo isso é feito e mostrado de uma maneira muito real e singela. A vida crua como ela é. Legal que, apesar de todo esse pé no chão, um momento de felicidade é caracterizado por um momento abstrato e completamente surreal. Esse paradoxo é excelente para a narrativa e culmina em um momento épico e maravilhoso quando a personagem resolve usar drogas com os amigos. O que tiramos desse momento é uma das melhores coisas de todo longa.

Outro ponto a ser comentado é que ele é uma comédia leve e até mesmo good vibes, até não ser mais. Em seus momentos finais, a história ganha uma dramaticidade que não esperávamos e aí pode vir a tirar lágrimas de algumas pessoas. É nesse trecho que você percebe o quanto esse filme é maravilhoso e o quanto ele vai ficar na sua cabeça. Não sei se eu daria uma nota máxima para ele, mas certamente eu vou deixar recomendado para todos.