A Primeira Comunhão

O cinema de terror espanhol é bastante popular entre os fãs do gênero. Muito bem executado, com roteiro de Guillem Clua, que por sua vez, baseou-se em uma história de Garcia e Alberto Marini, este longa cria uma ambientação onde a narrativa nos deixa extremamente curiosos para desvendar os mistérios envolvendo a trama. O que inicialmente faz lembrar a lenda da Chorona, descamba para algo mais inovador, embora, em alguns momentos, nos faça lembrar “O Chamado” (2002).

A trama é protagonizada pelas amigas Sara (Carla Campra) e Rebe (Aina Quiñones), duas adolescentes que se sentem deslocadas na cidade pequena em que vivem, onde os moradores parecem ser extremamente julgadores e cruéis. Em uma noite de festa e bebedeira elas são acometidas por uma visão, uma menina de roupas brancas no meio da estrada e encontram uma antiga boneca. Após isso, estranhos acontecimentos começam a ocorrer envolvendo uma lenda local.

 

Inicialmente, “La niña de la comunión”, parece muito mais um filme de drama, uma vez que foca bastante nos problemas familiares que as protagonistas enfrentam. Mas logo descamba para um mistério envolvente com momentos assustadores. O diretor Víctor Garcia (Espelhos do Medo 2), faz pouca utilização da técnica jumpscare, se valendo mais dos ambientes escuros e o clima sufocante que envolve os personagens.

O longa se da todo mundo bem, causando curiosidade e prendendo o espectador que se envolve e comove com os personagens. Pena que o desfecho, é inserido outro desfecho que é aberto demais, algo que parece proposital para haver um próximo filme, mas faz com que este longa não se feche em si mesmo. É preciso aproveitar a jornada e ignorar os últimos dois minutos de exibição para aproveitar “A Primeira Comunhão” em toda sua glória.