Round 6 foi a série mais comentada de 2021 e foi também a série com mais visualizações na história da Netflix. É lógico que entraria para a minha lista. O problema é que tenho uma lista gigante do que ver e só agora pude apreciar essa maravilha. Ela realmente vale todo o hype que foi criado em cima dela. Posso afirmar sem medo que é uma das melhores obras que foi lançada nos últimos tempos. Ela é violenta, te deixa nervoso a ponto de ficar na ponta da cadeira e mexe com nossas emoções a níveis inacreditáveis. Ela é nota 10 e para quem não viu, já fica a dica de que está perdendo algo memorável.

Ela começa um pouco devagar e acompanhamos o personagem Seong Hi-hun (Lee Jung-jae) em sua vida desgraçada. Ele deve dinheiro para agiotas, mora com a mãe e rouba a própria para comprar suas coisas, é divorciado e está prestes a ver sua filha se mudar para os Estados Unidos. Em um determinado dia ele é cooptado para participar de um jogo em que o vencedor vai ganhar um dinheiro o suficiente para sumir com qualquer problema de sua vida. Só esqueceram de dizer que esse jogo era mortal, literalmente.

Eu demorei um pouco para me afeiçoar com nosso protagonista. O personagem é tão falho que chega a dar raiva só de olhar para a cara dele. A transformação dele dentro do jogo é sensacional, a ponto de estarmos com ele no final para o que der e vier. Ainda no seu primeiro episódio, temos a realização do primeiro jogo que equivale a nossa brincadeira de criança, Batatatinha Frita 1,2,3. Esse momento é o verdadeiro cartão de visita da série e nada nos prepara para esse momento que se torna chocante e o transforma imediatamente em um clássico moderno. Eu fiquei extremamente abalado e querendo mais.

O que não esperava é que depois desse primeiro jogo, eles poderiam desistir. E ocorre isso. Eles desistem e cada um dos sobreviventes é devolvido a vida normal como se nada tivesse acontecido. Achei que a série teria acabado já em seu segundo episódio. Ledo engano, ele serve só para enfatizar como a vida de cada um dos protagonistas é uma droga e que a vida deles não faz sentido sem o dinheiro prometido ao vencedor. Com isso eles voltam, e a série começa de verdade.

Os jogos são todos recriações de brincadeiras infantis, só que com um fim mortal para os perdedores. O primeiro é o Batatinha Frita 1,2,3; o segundo é o do biscoito; o terceiro é o do cabo de guerra, que me deixou muito nervoso; o quarto é o da bola de gude, onde acaba se tornando o mais cruel de todos; o quinto é a ponte de vidro; e finalmente o sexto, que é o joga da lula, que dá o nome original na série e que atá agora eu não entendi como funciona.

Os personagens também são peças centrais para o sucesso dela. Gostaria de comentar um por um, mas deixaria a resenha gigante. Sendo assim, comento apenas que cada um deles representa o ser humano em seu estado mais puro e selvagem. Fazendo uma alusão a animais mesmo. Vemos crueldade e compaixão. Dois opostos que parecem não se baterem muito bem. Sendo que a selvageria acaba tendo mais espaço. Coloque um ser humano em uma situação difícil e seremos capazes de ver o pior deles.

Particularmente, não gostei da revelação do grande vilão da série. Acho que diminuiu ações feitas anteriormente que mexeram com nosso emocional, que quando chega nesse momento, acaba sendo apenas bem decepcionante. Coloco esse como o único ponto negativo, o que tenho certeza que para algumas pessoas, isso foi a cereja do bolo.

Uma 2º temporada já foi confirmada e não perco por nada. O gancho final nos faz imaginar um milhão de possibilidades para o que vai vir pela frente. Só posso garantir que ainda veremos muita violência e selvageria humana pela frente. Ah sim, lembrando que não foi mostrado o corpo do policial. Se não há corpo, não há mortes e acredito na volta dele nesse futuro.