Os Olhos de Tammy Faye

‘Os Olhos de Tammy Faye’ foi o detentor de dois Oscars nesse ano de 2022 e ainda assim, acho que não teve seu nome muito bem divulgado por aí. Ele estreou em terras tupiniquins em abril desse ano direto no streaming da Star+. Dessa forma, não teve nem chance de passar nos cinemas. Ele foi agraciado com um Oscar de Maquiagem e Penteados e com o Oscar de Melhor Atriz para a sempre competente Jessica Chastain que faz mais um belo trabalho aqui. Apesar de não ser um filme brilhante, acredito que mereça ser visto.

Sinopse: “O longa acompanha a ascensão e queda da televangelista Tammy Faye Bakker (Jessica Chastain) e de seu marido, Jim Bakker (Andrew Garfield) nas décadas de 1970 e 1980. Os dois vieram de origens humildes e conseguiram criar a maior rede de radiodifusão religiosa do mundo, alcançando respeito e reverência por sua mensagem de amor, aceitação e prosperidade.”

A cartilha desse filme corre como descrito em um manual de uma cinebiografia. Conhecemos suas origens, passando por momentos determinantes de sua personalidade, temos o ápice de sua carreira e logo depois o seu declínio até um final melancólico em que sentimos que ela não merecia. Não conhecia a persona, justamente por ela ser parte de um nicho norte-americano do qual não teve apelo no nosso país. O bom disso é que pude acompanhar tudo desde o início sem saber absolutamente de nada.

A história em si é mediana, mas muito bem contada. Sentimos a passagem de tempo e compreendemos exatamente tudo o que está acontecendo. É impossível não sentirmos a dor da personagem com tamanhas injustiças causadas a ela, principalmente vinda de seu marido. Esse retrato de uma mulher que não se sentia amada e que era temente a Deus é forte e tenho certeza que muitas mulheres irão se identificar com a personagem e sentir sua dor.

O longa por ser uma história baseada em fatos reais, acaba por nos mostrar uma verdade absurda que ocorre até hoje: o roubo do dinheiro de pessoas pobres e humildes em nome de Deus. Um escândalo que ocorre diariamente por aí e muita gente faz vista grossa para tal crime. Eu acredito piamente que nossa protagonista não sabia de nada realmente escuso, mas ela fez parte de tudo isso de um jeito ou de outro. Infelizmente, graças a isso, teve sua vida relegada a quase uma desconhecida.

É uma história triste e que precisava de uma boa atriz para o papel. Isso conseguiu com louvor, pois o longa é todo de Jessica Chastain (A Hora Mais Escura). Andrew Garfield (Até o Último Homem) também está muito bem, mas é ela que carrega tudo nas costas. Não vou entrar no mérito se ela deveria ter ganho esse Oscar, mas posso dizer que ela fez o seu trabalho muito bem feito para isso. Uma personagem bem excêntrica e também muito bondosa que caiu como uma luva para ela.