American Crime Story: Impeachment – 3ª Temporada
American Crime Story é uma série antológica que mostra casos reais de crimes que ganharam grande apelo popular. Ela é um derivado de American Horror Story, outra série de bastante sucesso. Em sua primeira temporada tivemos o caso do O. J. Simpson; na segunda tivemos o assassinato do Gianni Versace, um grande design de moda italiano; agora na terceira temos o escândalo do caso entre o então presidente Bill Clinton com sua estagiária Monica Lewinsky que ganhou todos os jornais da época.
Sinopse: “Baseada em uma verdadeira crise, a série limitada examinará a crise nacional que levou ao primeiro impeachmentde um presidente dos Estados Unidos em mais de um século pelos olhos das mulheres no centro dos eventos: Monica Lewinsky, Linda Tripp e Paula Jones.”
Já faz um bom tempo, mas eu lembro bem vividamente do escândalo que foi essa história. Até então eu achava apenas que o caso entre os dois era apenas rumor e intriga da oposição. Vendo essa temporada eu notei que foi tudo real e ao mesmo tempo foi tudo muito surreal. As condições em que tudo veio à tona realmente é digno de ser contada por uma mídia. O formato de 10 episódios talvez tenha sido a melhor coisa, pois esmiúça e pega todos os detalhes possíveis não deixando nada de fora.
A princípio, esse detalhamento me causou muita confusão. Como não sou norte-americano, de início fiquei por fora de muitas coisas. O 1º episódio requer, talvez, um conhecimento prévio sobre a política americana. Fiquei perdido, mas no final dele já estava começando a compreender as coisas melhores. Por ela ser muito política, ficamos realmente um pouco perdidos em certos detalhes, mas que somos elucidados conforme o tempo passa ou até mesmo quando conseguimos ligar os pontos.
O caso entre o presidente e sua estagiária foi real, e até aí tudo bem. Ele realmente traiu a esposa e estava pelos olhos éticos muito errado e até aí isso não seria crime algum. O problema é que na mesma época ele já estava sendo processado por abuso sexual pela Paula Jones e a oposição viu o momento perfeito para atacá-lo. Usaram a Monica Lewinsky para desmoralizá-lo, mas a pessoa que mais sofreu foi a própria Monica que viu sua vida desmoronar e ver algo pessoal vir à tona com os detalhes mais sórdidos possíveis acabou sendo muito pesado.
A série é muito boa e muito bem produzida, mas vou destacar um episódio específico do qual achei fantástico: o episódio 6. Esse episódio inteiro se passa dentro do hotel com os federais tentando convencer a Monica a depor contra o Bill Clinton. Ele é muito bem sacado, com um roteiro maravilhoso e com desdobramentos que não imaginamos. Acontece tanta coisa nele que fica inviável pensar que foi tudo verdade, mas foi.
Destaco também o elenco maravilhoso que está presente aqui. Demorei para reconhecer o Clive Owen (Closer: Perto Demais) como o Bill Clinton, e ele está muito bem no papel. Como outros destaques temos a sempre excelente Sarah Paulson (Vidro) que vive a Linda Carter, uma personagem central da trama; Annaleigh Ashford como Paula Jones (Masters of Sex), que também é usada e chega dar muita peninha dela; Edie Falco (Família Soprano) como a poderosa Hillary Clinton; e até mesmo a sumida Miro Sorvino (Poderosa Afrodite) que aparece pouco como a mãe da Monica, mas que é precisa.
Recomendo demais essa série para quem nunca viu. A 1º é muito boa; a 2º dá uma patinada, porque eu teria feito ela de jeito diferente; e agora a 3º vem para consolidá-la de novo.