Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre

‘Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre’ é um filme que estava na minha lista de melhores de 2020. É outro título que tinha esquecido e que não sabia absolutamente nada sobre ele. Como já falei em outras resenhas por aí, ver algum longa sem saber nada sobre ele pode fazer muito a diferença. Eu não entendi o porque desse título tão grande e não fazia ideia da temática dele. Quando isso começa a se revelar e quando eu finalmente entendo o seu nome, as coisas mudam e entendo porque ele foi parar em algumas listas de melhores do ano.

Sinopse:A adolescente Autumn (Sidney Flanigan) descobre que está grávida. Certa de que sua família não dará o suporte de que necessita na Pensylvânia, a menina de 17 anos decide partir para Nova York. Ao lado da prima Skylar (Talia Ryder), ela enfrenta os dramas da gravidez precoce enquanto busca por um aborto.”

Infelizmente, quem ler essa resenha vai saber do que ela se trata. Não tenho como escrevê-la e ser superficial o suficiente a ponto de irem vê-lo com esperanças de surpresas. O tema central é a gravidez na adolescência e os seus percalços. Logicamente, ele irá tocar as mulheres de uma forma muito mais profunda do que tocou a mim, mas posso dar minhas impressões sobre ele. O que posso dizer rapidamente é que não deve ser nem um pouco fácil passar por essa situação dessa e, pior ainda, se decidir pelo aborto.

Ele tem total aspecto de filmes indies, ainda mais se notarmos que ele fez parte da seleção de longas em Sundance. Berço de várias ótimas obras. De início ele não me pegou e confesso que demorou um pouco para eu ficar realmente interessado por ele. Vou dizer exatamente o ponto em que ele me pegou. Foi justamente quando eu entendi o título dele. Isso é tão proposital que é também o único momento em que vemos a nossa protagonista tendo uma emoção mais forte. Ela é praticamente apática e se movendo por instinto, mas aqui sim, vemos e sentimos todo o sofrimento dela.

Em nenhum momento conhecemos o pai de seu feto, mas entendemos o motivo da sua decisão. O lindo de toda essa cena é como ela é simples e maravilhosa ao mesmo tempo. Uma câmera focada apenas na protagonista e uma voz muito calma e gentil fazendo perguntas cuja as respostas não éramos o que esperávamos. Uma ótima cena e que é o grande momento do longa. A partir desse momento em diante, consegui vê-lo com outros olhos e realmente me importar com a menina.

Embora eu não ache que ele seja um filme fácil de se ver devido a sua forma de narrativa indie (isso incomoda os jovens), reitero dizendo que ele se torna obrigatório para todos. Mulheres e homens devem vê-lo e entenderem porque esse assunto deveria ser mais amplamente discutido. Não o colocaria na minha lista de melhores, mas colocaria na lista de filmes que deveríamos ver pelo menos uma vez na vida. Ele é sobre uma epopeia real e que deve ser muito comum por aí.

‘Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre’ se encontra no catálogo da Globoplay.