A Odisseia dos Tontos
Uma pessoa que não acompanha jornal pode acabar alienada por sofrer com a falta de informação. Por melhor que sejamos, é difícil nos ater ao que não nos interessa e ao que não nos atinge diretamente. Se digo isso sobre notícias sobre nosso país, o que dizer de outros países, mesmo que esteja falando de nossos vizinhos como a Argentina. Lembro muito vagamente da crise argentina no início do século, mas sei que foi um momento horrível para o povo. É justamente nesse período em que o filme se passa, misturando comédia com um filme de assalto de uma forma muito boa.
Sinopse: “A Odisseia dos Tontos é uma emocionante história situada em uma pequena vila da província de Buenos Aires, na Argentina, no fim de 2001. Um grupo de amigos e vizinhos perde o dinheiro que havia conseguido reunir para reformar uma antiga cooperativa agrícola. Em pouco tempo, descobrem que sua poupança se perdeu por uma manobra realizada por um inescrupuloso advogado e um gerente de banco que contavam com informação do que ia acontecer no país. Quando descobrem o que aconteceu, o grupo de vizinhos decide organizar-se e preparar um minucioso plano com o objetivo de recuperar o que os pertence. A Odisseia dos Tontos conta com humor e humanidade e que busca a revanche dos perdedores.”
Amo o cinema argentino e sabia que não iria me decepcionar com mais esse. Está longe de ser o melhor da minha vida, mas é extremamente divertido, mesmo que tenha uns dramas que são necessários para fazer a trama correr. Ele poderia ter sido um pouco mais elaborado e o plano final poderia ter sido bem mais simples do que fizeram, mas a diversão está toda aí. Ver um problema impossível e criar soluções para isso é sempre gratificante em uma história em que fica, desde o início, bem definido quem é o vilão e quem são os seus mocinhos.
O elenco também é muito bom, mesmo que eu não conheça a grande maioria dele, mas tem um que já é o suficiente pra mim: Ricardo Darín (Nove Rainhas). Ele sendo um dos meus atores preferidos já se torna covardia eu falar alguma coisa aqui. Sempre está excelente. Nunca vi um filme ruim com ele. A grande curiosidade aqui, é que ele contracena com o seu filho na vida real, Chino Darín (Uma Noite de 12 anos), e que também tem o papel de filho no longa. Coincidência? Duvido.
Eu amo o cinema, principalmente por nos contar histórias incríveis em que podemos sonhar e pensar. Nesse caso, ele nos mostra um período negro dos nossos vizinhos e que a grande maioria não sabia. É assim que aprendemos sobre a história e como tentamos não repetir o que foi ruim. Mesmo que o filme não entre abertamente nessa discussão, a situação está ali, e que nos mostra quantas pessoas foram lesadas por um péssimo governo. Uma história leve e divertida também pode ser usada para esse fim.