Viúva Negra
A minha espera enfim chegou ao fim. Foram 2 anos sem nenhum filme da Marvel. Tudo bem que tiveram as séries esse ano, mas série é série e filme é filme. A escolhida para ser o primeiro projeto cinematográfico na Fase 4 da Marvel Studios foi a Viúva Negra. Uma escolha até mesmo controversa, pois esperaram ela morrer em Vingadores: Ultimato para acharem que ela merecia um longa solo. Os eventos se passam após Capitão América: Guerra Civil e antes de Vingadores: Guerra Infinita. Ele acaba sendo mediano, mas acredito que o timing errado tenha prejudicado bem mais do que qualquer outra coisa.
Sinopse: “Em Viúva Negra, acompanhamos a vida de Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) após os eventos de Guerra Civil. Se escondendo do governo norte-americano devido a sua aliança com o time do Capitão América, Natasha ainda precisa confrontar partes de sua história quando surge uma conspiração perigosa ligada ao seu passado. Perseguida por uma força que não irá parar até derrotá-la, ela terá que lidar com sua antiga vida de espiã, e também reencontrar membros de sua família que deixou para trás antes de se tornar parte dos Vingadores.”
O timing que me referi ali em cima, não é nem sobre o fato de ter sido adiado mais de um ano por causa da pandemia. Me referi ao fato de só agora que resolveram que ela é uma personagem digna de uma aventura solo. Acredito que se tivessem lançado essa história antes, o sucesso teria sido muito maior. O que transformaria sua morte em algo até mais pesarosa do que foi. A falta de coragem de assumirem a Viúva Negra como uma heroína solo acabou sendo um ponto bem baixo nesses anos da Marvel Studios.
Tentaram se redimir com essa produção mas tenho que ser honesto e dizer que ele é bem mais ou menos. Temos bons momentos quando sua “família” antiga é formada e temos boas cenas de ação. Por falar nelas, a cena em que eles caem do céu com a estação explodindo atrás é bastante incrível, mesmo que curta, e com o notável apelo do CGI. Um ponto negativo nessas cenas são justamente a falta de efeitos práticos, nos fazendo perceber nitidamente os efeitos especiais, algo que sempre me tira um pouco da história.
A história em si não tem nada de demais. É uma aventura muito mais contida e sem grandes repercussões no Universo Marvelem geral. Em certos momentos me soou até confusa por querer ser inteligente demais. A heroína coloca um plano em ação que rapidamente é descoberta pelo vilão principal. Me perguntei pra que isso tudo já que foi a toa. A inclusão dos membros de sua “família” é um ponto positivo e divertido. Entre essas inclusões a melhor foi justamente a da Florene Pugh (Adoráveis Mulheres) que faz a Yelena, “irmã” mais nova da Natasha Romanoff, vivida pela Scarlett Johansson (Encontros e Desencontros).
Ela dá um frescor bonito de se ver, e provavelmente ela é que irá carregar o manto de Viúva Negra no futuro. A piada dela perguntando porque a Natasha cai no chão sempre de forma muito exibicionista é sensacional. David Harbour (Hellboy) que vive o “pai” Alexei é o grande alívio cômico, mas faltou uma cena incrível com ele. Fechando o elenco familiar, ainda temos a Rachel Weisz (O Jardineiro Fiel) que faz a “mãe” Melina. Jurava que ela teria um grande papel, mas acabou que ela tem só uma presença contida e bem abaixo do seu esperado. O vilão Treinador chegou com uma pompa de ser um grande inimigo, mas acabou sendo relegado ao segundo plano. Tive a impressão de que seus poderes eram fortes demais para eles e tiveram que dar uma diminuída neles para poderem vencer.
Recomendo ele somente paras os fãs da Marvel. É uma aventura legal mas nada memorável. Lembrem-se que ainda temos uma cena pós-crédito. Essa cena poderá ditar o rumo de um dos heróis da Cada das Ideias num futuro próximo. Próximo a que me refiro é ainda esse ano. Com a entrada do conceito do Multiverso no Universo Marvel poderíamos até sonhar com a volta de nossa Natasha Romanoff, mas sua briga na justiça com a Disney pode enterrar a heroína para sempre. Pelo menos já temos uma provável substituta do manto.
Viúva Negra se encontra no catálogo da Disney +.
De curiosidade deixarei a música de abertura do longa cantada por Malia J que traz uma linda versão de ‘Smell Like Teen Spirit’ do Nirvana