Vidro

Para quem não sabe, essa é a terceira parte de uma trilogia, mesmo que isso só tenha sido definido agora. A primeira parte é “Corpo Fechado” (2000), centrado no personagem de David Dunn, vivido por Bruce Willis (Duro de Matar), que tinha toda uma história baseada em quadrinhos. A segunda parte é “Fragmentado” (2016), aqui centrado em Kevin Wendell Crumb, personagem vivido por James McAvoy (O Último Rei da Escócia), onde vive uma pessoa com 24 personalidades diferentes. E enfim, em 2019, temos lançamento desse mais novo filme da franquia, onde juntamos os personagens citados e mais o personagem de Samuel L. Jackson (Os Oito Odiados) que aqui como Mr. Glass, praticamente dá o nome do longa em inglês: Vidro (Glass).

Sinopse: “Após a conclusão de Fragmentado (2017), Kevin Crumb (James McAvoy), o homem com 24 personalidades diferentes, passa a ser perseguido por David Dunn (Bruce Willis), o herói de Corpo Fechado (2000). O jogo de gato e rato entre o homem inquebrável e a Fera é influenciado pela presença de Elijah Price (Samuel L. Jackson), que manipula os encontros entre eles e mantém segredos sobre os dois.”

 

Acho os dois filmes anteriores simplesmente excelentes, daqueles que recomendo a todos que conheço, mas infelizmente, não posso dizer o mesmo desse com tal convicção. Os elementos estão ali, toda aquela aura de quadrinhos está ali, os personagens estão todos da mesma forma que foram apresentados antes, junto com todos os seus coadjuvantes de seus respectivos longas, mas para mim faltou alguma coisa. Toda a história te leva para um grande clímax que para mim não funcionou. Achei a parte final completamente mal filmada e com um dramalhão mexicano nas costas. Isso me tirou completamente a concentração do que eu estava vendo.

Considero M. Night Shyamalan um grande diretor. Ele já fez muitas coisas que eu simplesmente amo e levo pra vida como: Sexto Sentido, Sinais, A Dama na Água e A Vila. Errou feio em algumas obras, mas no geral sempre se manteve para mim como um ótimo diretor. Um dos grandes méritos que posso dizer que ele sabe fazer muito bem é criar um ótimo final. Dando pistas durante todo o longa sempre acabamos com um grande plot twist. Acredito que ele acabou sendo um grande refém disso, pois aqui ele também tenta fazer, e até faz, mas não é nada espetacular. Baseando toda a sua trama em quadrinhos de super-heróis ele acaba soando um pouco infantil e até mesmo desinteressante.

Tenho que enaltecer uma coisa, ou melhor, enaltecer uma pessoa. Aquele que simplesmente faz valer a ida ao cinema, James McAvoy. Em Fragmentado ele já tinha mostrado todo o seu poder de atuação e lembro de ter ficado revoltado por nem ter sido indicado em nenhum prêmio da temporada. E pasmem, aqui ele consegue ser melhor, e muio melhor. Ele consegue apresentar 20 das 24 personalidades (as outras 4 foram cortadas na edição final) e fazer com quem nós consigamos distinguir todas elas. Ele está um monstro aqui, simplesmente espetacular.

Acredito que esse tenha sido um ponto final na franquia criada por Shyamalan. Mesmo que tenha deixado indícios de que possa continuar de onde parou. Até acho que podemos ter coisas interessantes vindo daí, mas não acho que ele vá por esse lado. A ida ao cinema é garantida por McAvoy e realmente acho que devem ir só por causa dele. Vai que vocês acabam gostando do longa bem mais do que eu. Ele pode até não ser maravilhoso, mas tem seus pontos positivos e que valem a pena também.