Val

Não sei vocês, mas o meu primeiro contato com o Val Kilmer foi em ‘Willow: Na Terra da Magia’ de 1988. Lembro de achá-lo um cara muito bonito e muito legal ao mesmo tempo. Gostaria de ser aquele guerreiro que protege o mundo e que conquista a mocinha no final (no caso, vilã). Ainda jovem, também vi ‘Top Secret!: Superconfidencial’ e me deparei com o ator em início de carreira fazendo um pastelão que marcou muito minha vida por ter achado completamente engraçado e nonsense. Desde então, não pude evitar ser fã dele, e ‘Val’ nada mais é do que uma ode a vida de Val Kilmer, do início de sua carreira até os dias de hoje.

 Esse é um documentário produzido pela A24 em parceria com a Amazon Studios. Ele foi feito justamente graças ao próprio ator que desde a infância sempre gostou de fazer vídeos caseiros. Gravava filmes com seus irmãos e também todos os bastidores dos grandes filmes que participou. Além de ter registrado momentos de sua vida particular. O diretor só teve o trabalho de compilá-los e colocar em uma ordem linear. Além disso, acompanhamos a vida dele nos dias de hoje.

 Tudo isso embalado com muitas lembranças e emoções. Acompanhar a perda do irmão quando ele ainda era um adolescente foi um golpe muito duro em sua vida. Como todo mundo, os altos e baixos permeiam toda a sua carreira, culminando no recente problema dele que o deixou bastante debilitado. Ele está curado do câncer da garganta, mas o deixou com sequelas pesadas. Um detalhe que me marcou muito foi uma frase que ele mesmo profere: “eu estou melhor do que as pessoas acreditem que eu esteja”. Isso até mesmo me relaxou mais, pois realmente pensei com o senso comum.

Além de acompanhar seus momentos pessoais, um dos grandes momentos do longa é acompanhar os bastidores dos grande filmes em que participou. Entre eles temos ‘Top Gun: Ases Indomáveis’, como o seu primeiro blockbuster; ‘Willow: Na Terra da Magia’, onde conheceu Joanne Wahlley, a mulher da qual ele se casou e que teve dois filhos; ‘The Doors’, icônica performance de Jim Morrison, líder do The Doors; ‘Tombstone: A Justiça Está Chegando’, filme que eu amo; ‘Batman Eternamente’ do qual participou de algumas polêmicas; entre outros filmes.

O engraçado é que graças a Batman, ele foi taxado como uma cara difícil de se trabalhar. Isso é a maior falácia que o documentário desmistifica. Infelizmente, foi algo que perseguiu ele por bastante tempo.

Esse longa foi feito para glorificar a vida e a obra de Val Kilmer, por isso indico principalmente para os seus fãs. Toda vez que vejo uma obra do tipo, acabo virando mais um novo fã. Ninguém tem a vida perfeita e todos vivem de altos e baixos. Quando colocamos os artistas em nosso patamar, conseguimos vê-los de uma forma mais humana e entendemos um pouco melhor suas escolhas de vida. O mais importante é ter o sentimento de respeito por quem só está ali fazendo o seu trabalho.