After: Depois do Desencontro

‘After: Depois do Desencontro’ é a terceira parte de uma franquia de amor e paixão que julgo ser a mais tóxica de todas. A primeira parte foi ‘After’ de 2019 e a segunda foi ‘After: Depois da Verdade’ de 2020. Todos esses filmes são baseados nos livros escritos por Anna Todd. Algumas pessoas podem me chamar de masoquista por não gostar e mesmo assim continuar ose vendo. A verdade é que to começando a gostar, mas nada tira o fato dele ser ruim e de ser um péssimo exemplo para a nova geração de jovens.

Sinopse: Agora que Tessa tomou uma das decisões mais importantes de sua vida, tudo mudou completamente. Os segredos que vêm à tona sobre suas famílias colocam em risco seu relacionamento e seu futuro juntos. Embora a jovem saiba que Hardin a ama, os dois estão cercados de ciúme, ódio e perdão. Será que o amor entre os dois será o suficiente para manter seu relacionamento?”

Estamos vivendo em um época de empoderamento feminino, onde estamos vendo a cada dia uma mulher diferente ser agredida em casa, na rua, no trabalho, seja lá por qual motivo. Seja a intenção ou não, a verdade é que After romantiza o relacionamento tóxico. É claro que o casal de protagonistas se ama e tal, mas tudo o que vem junto disso beira ao sadismo. Eternas brigas, o cara é problemático, é agressivo, acaba sendo um babaca por diversas vezes, mas basta ele fazer um gesto bonito para a Tessa se derreter toda e perdoá-lo. Não só ela, os fãs também. Desculpa, mas no meu ver isso não existe mais.

Essa é a terceira parte e observo um grande ciclo de acontecimentos deles: eles fazem as pazes, transam como se fosse a primeira vez, vivem sua vida, brigam porque um deseja algo e o outro deseja outra coisa, se separam para sempre, o rapaz faz algo altruísta, mocinha se derrete e volta para quem deixou ela mal a maior parte do tempo. O Hardin realmente tem muitos problemas que o tornam uma pessoa complicada, mas é fácil resolver isso: terapia. Um psicólogo ou até mesmo um bom psiquiatria resolveria metade dos problemas. Além de que o casal precisava conversar mais em vez de ficar apenas no achismo. Não acho que ele seja uma pessoa ruim, mas não dá para se relacionar com uma pessoa desse tipo.

A história avança um pouco e descobrimos alguns segredos do passado do Hardin. Sinceramente, a vida desse garoto não é mole mesmo. Ele fica muito mal e aí chega a Tessa, a salvadora, aquela mulher que vai consertar o seu homem com bastante amor e irão dar certo porque nada separa o amor. Brega, datado e vergonhoso. Em paralelo, temos a história do pai desaparecido da Tessa que aparece e não acontece nada. Nada muda e me pergunto o porque.

Alguém mais notou que todos os atores coadjuvantes foram trocados? A beleza disso é que ninguém se importa. Mudou e tanto faz quanto tanto fez.

O pior de tudo é que eu acabei gostando mais desse filme do que os outros anteriores. Não saberia dizer o porque. Talvez o fato de já estar me acostumando com tamanhas atrocidades narrativas. Talvez por entender melhor o sentido da obra que seria ser um amor como nos velhos tempos e sem sentido. Só sei que o quarto filme já foi lançado e adivinha quem o verá em breve. Sim, eu mesmo e vou continuar o meu exercício masoquista. Pode ser que eu acabe como o maior fã da obra, justamente por vê-la de um modo que ninguém vê.