“Uma cruz à Beira do Abismo”, é praticamente um documentário sobre a difícil vida que encontra uma mulher ao decidir se tornar freira. Não apenas o regime de vida espartana, votos de pobreza, castidade e etc, como também questões mais abrangentes envolvendo consciência e moral. Neste longa, estrelado pela maravilhosa e atemporal Audrey Hepburn, encontramos uma mulher que quer ser enfermeira-freira (quando o “certo seria ser freira-enfermeira). Ele marca uma grande diferença na carreira da atriz  conhecida principalmente por seus papeis românticos em clássicos como “Sabrina”, “Bonequinha de Luxo”, “Cinderela em Paris”, dentre outros. Neste filme, você pode até tentar encontrar um romance subentendido e conseguir, mas não o foco não está em nenhuma história de amor.

Indicado a oito Oscars, incluindo melhor filme e melhor diretor para Fred Zinnemann (“A um Passo da Eternidade), esta produção cinematográfica, que em inglês se chama “The Nun’s Story”, é baseada em um livro homônimo de Kathryn Hulme e roteirizado por Robert Anderson.

Audrey é Gaby, filha de um famoso médico que sonha em ser enfermeira no Congo, dentro de uma congregação de freiras, porém, há um árduo caminho para chegar lá. Como a própria reverenda madre (que parece uma espécie de vilã) diz, é preciso abandonar sua vida passada, qualquer lembrança, qualquer vontade e aprender, acima de tudo, a obediência. E é nessa obediência sem questionar que Gaby encontra sua maior dificuldade.

O filme se passa em três atos, no primeiro vemos uma noviça e suas companheiras tendo que acordar em horários madrugadores, tendo que perder totalmente a vaidade, sem nenhum luxo, fazendo voto de silêncio e até mesmo sendo obrigadas a delatar umas as outras por pequenas desobediências como beber água entre as refeições sem ter pedido permissão.

Após a passagem do primeiro ato, Gaby se torna irmã Luke, ainda sonhando em ser enfermeira no Congo, tendo que galgar um gigantesco caminho até lá, já que a reverenda madre acredita que ela tem que passar por trabalhos que não a agradam para aprender a tal obediência sem questionar. Mas, como uma noviça desistente diz à nossa protagonista no início: “Você pode enganar as outras irmãs, mas não a si mesma e a Deus.” Será Gaby capaz de abandonar tudo que é para se tornar a irmã Luke? Chegará ela ao seu sonho de trabalhar no Congo? Você só terá essas respostas assistindo ao espetacular “Uma Cruz à Beira do Abismo.

Por Luciana Costa