Uma Skatista Radical

Vou começar essa resenha enaltecendo a Dona Netflix. Ela já faz parte das nossas vidas e muito do entretenimento atual se dá graças a ela. Salvou o mundo durante a pandemia e está nos proporcionando material inédito toda semana. Além disso, ela está mostrando culturas do mundo todo através de séries e filmes. Algo que há um tempo atrás era inviável. Ou tínhamos acesso somente as obras norte-americanas ou não tínhamos nada. Essa abertura popular ao mundo também se deve a ela. ‘Uma Skatista Radical’ é um exemplo de um bom filme vindo da Índia onde vemos todos os seus resquícios culturais junto com o novo e seu choque cultural.

Sinopse: “No interior da Índia, uma adolescente descobre a paixão pelo skate e enfrenta muitos obstáculos em busca do sonho de participar de uma competição.

A Índia é tão rica culturalmente e tão antiga no nosso mundo que certas coisas ficam difíceis de entender. Falar desse filme sem comentar isso seria uma bola fora. Gosto de ver longas que fogem do eixo normal porque ele nos traz realidades das quais não imaginamos. Se passamos por isso dentro do nosso próprio país, imagina esses lugares onde não fazemos ideia. Muitos desses costumes podem nos fazer ficar revoltados por pensarmos em como se pode viver desse jeito. Simplesmente não podemos fazer nada. É tradição e não há nada que possamos fazer para mudar, apenas aceitar.

Em um cenário de um vilarejo bem humilde do interior da Índia é que conhecemos nossa protagonista. Uma menina que vive de uma forma bem simples e normal. Sua vida muda ao conhecer uma norte-americana, neta de indiano, que chegou no vilarejo para entender as origens de seu avô. Essa mulher que acaba tendo a ideia de dar skates para as crianças locais somente por ver um brinquedo criado por essas mesmas crianças que soa muito similar com o famoso skate.

A partir daí um choque de realidades e cultura se mostrará bastante presente na narrativa. Imagina uma revolução do moderno em um lugar onde as tradições imperam. Esse mote junto com a interpretação da atriz adolescente Rachel Saanchita Gupta é que fazem esse longa ser uma ótima pedida. No geral, ele não tem nada do que não tenhamos visto antes. Mas tudo isso vindo de uma cultura da qual não conhecemos acaba o deixando mais interessante e dando um ar de algo novo.

A personagem de Jessica, vivida por Amy Maghera (Angry Indian Goddesses) é muito importante para a trama, pois ela não só introduz o skate para as crianças como também corre atrás para ajudá-los de qualquer forma possível. Eu não sei dizer se essa história toda é baseada em uma história real. O que sei é que a idealização da pista de skate para as crianças é. Inclusive partes do próprio longa mostra imagens reais da construção da pista. Acho importante salientar isso pelo fato que ela não é total fictícia e que de certa forma uma revolução real foi feita. Mesmo que boa parte dele seja romanceada.